O dólar iniciou a sessão em alta nesta quarta-feira (26), ultrapassando a marca de R$ 5,50, com um avanço acima de 1%. A moeda chegou a bater R$ 5,52 na máxima, ao longo da manhã. O mercado reage também às falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a necessidade de corte nos gastos.
Às 14h15, o dólar avançava 1,21%, negociado a R$ 5,51.
Com a valorização, a moeda atingiu o maior valor intraday desde novembro de 2022. As preocupações a respeito do risco fiscal tem impactado o dólar nos últimos dias.
No início da sessão, o mercado havia reagido com alívio ao resultado do IPCA-15. Os números para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação, revelaram um aumento de 0,39% em junho, abaixo das expectativas. No ano, a alta é de 2,52%, enquanto em 12 meses, é de 4,06%.
Repercussões da entrevista de Lula
A entrevista dada pelo presidente da República, nesta manhã, para o site UOL, trouxe uma série de falas que geraram comentários negativos por analistas do mercado financeiro. Segundo Lula, o governo tem realizado uma varredura nos gastos da União, mas ainda não sabe se é preciso diminuí-los.
“O problema não é que tem que cortar, o problema é saber se precisa efetivamente cortar, ou se a gente precisa aumentar a arrecadação”, afirmou o presidente
Lula voltou a tecer críticas ao Banco Central – e consequentemente, ao presidente do BC, Roberto Campos Neto –, questionando a necessidade da instituição de manter os juros em dois dígitos, sendo que a inflação está abaixo de 4%.
Uma das expectativas para o próximo ano, gira em torno da definição da escolha do novo presidente do BC. Ao ser questionado sobre o assunto, Lula afirmou que “não indica um presidente para o mercado, mas sim para o Brasil”.
Um dos principais candidatos, Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária do BC, foi classificado pelo presidente nesta manhã, como “altamente preparado”.
Desempenho do dólar no exterior
Ao longo desta manhã, a moeda norte-americana avançava no exterior, na comparação com os principais pares. O maior destaque esteve relacionada ao desempenho do iene japonês, que atingiu o menor nível em 38 anos.
Apesar da alta no mercado doméstico, a moeda segue de olho no cenário externo adverso. A fala da diretora do Fed, Michelle Bowman, sobre não enxergar um corte de juros neste ano, deixando a flexibilização somente para 2025, segue repercutindo.