A Berkshire Hathaway, conglomerado liderado por Warren Buffett, registrou lucro operacional recorde de US$ 14,5 bilhões no quarto trimestre de 2024, um aumento de 71% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O crescimento foi impulsionado pelo desempenho das operações de seguros e pelo aumento da renda de investimentos. No acumulado do ano, o lucro operacional totalizou US$ 47,4 bilhões, avanço de 27%.
Já o lucro líquido caiu 7,5%, para US$ 89 bilhões, impactado pela venda de ações de empresas investidas, como a Apple.
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As ações da companhia avançam desde o pré-mercado, quando subiam 0,90%. O lucro recorde do conglomerado de Buffett fizeram com que os papéis BRKB subissem 3,55% após a abertura, negociados a US$ 495,75 na Bolsa de Nova York.
Buffett reforça confiança no sucessor
Na tradicional carta anual aos acionistas, Buffett destacou o desempenho das empresas investidas e reforçou sua confiança no futuro do conglomerado. Ele afirmou que Greg Abel, seu sucessor como CEO, está preparado para tomar decisões estratégicas de investimento.
Buffett evitou se aprofundar em política, mas aconselhou o governo dos EUA a ser responsável no uso dos impostos arrecadados. Ele alertou sobre a importância da estabilidade da moeda e do uso eficiente dos recursos públicos.
“Obrigado, Tio Sam. Algum dia, seus sobrinhos e sobrinhas na Berkshire esperam lhe enviar pagamentos ainda maiores. Gaste com sabedoria. Cuide dos muitos que, sem culpa própria, têm a vida curta. Eles merecem algo melhor”, disse Buffett.
Berkshire Hathaway bate recorde de impostos
A Berkshire pagou US$ 26,8 bilhões em impostos federais em 2024, o maior valor já arrecadado pelo governo americano de uma única empresa. Esse montante representou cerca de 5% de todos os impostos corporativos pagos nos EUA no ano.
Grande parte desse valor veio da venda de 600 milhões de ações da Apple, o que gerou US$ 101 bilhões em ganhos de capital. Com isso, a participação da Berkshire na empresa caiu para 300 milhões de ações, avaliadas em US$ 74 bilhões.
O total de impostos pagos pela empresa em 2024, incluindo tributos estaduais e locais, chegou a US$ 28,5 bilhões, um salto em relação aos US$ 7,8 bilhões de 2023 e US$ 4,2 bilhões de 2022.
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Sem recompras de ações em 2024
A Berkshire não recomprou ações no quarto trimestre e encerrou o ano com US$ 2,9 bilhões em recompras, o menor valor desde 2018.
O motivo foi a valorização das ações da empresa, que subiram mais de 25% no ano e superaram o desempenho do índice S&P 500. Buffett tradicionalmente realiza recompras quando considera que os papéis estão subavaliados, mas desde maio de 2024, nenhuma recompra foi feita.
A decisão reforça a política da Berkshire de alocar capital estrategicamente, focando na valorização de seus investimentos e na busca por novas oportunidades no mercado.