A entrada em vigor do novo modelo tributário baseado no IVA (Imposto sobre Valor Agregado), previsto para 2026 — no início da transição da reforma tributária —, pressiona empresas brasileiras a automatizarem seus processos fiscais para evitar perdas financeiras e operacionais.
Um estudo publicado no último mês pela consultoria ASIS Tax Tech, apontou que 70% das empresas poderão perder dinheiro nesse processo. Clique aqui para conferir mais detalhes.
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A Vieira Melo & Lionello (VML), legaltech especializada em tecnologia tributária, lançou uma plataforma digital para garantir maior controle fiscal, antecipando cenários e apontando falhas no contexto da reforma tributária.
Em entrevista ao Monitor do Mercado, Cristiano Lionello, sócio-diretor de Operações da VML, explicou como a ferramenta funciona e os desafios que empresas de todos os portes terão até 2033 no fim do período transitório da reforma.
Nova plataforma antecipa riscos da reforma tributária
Batizado de Manager Tributário, o sistema integra dados da Receita Federal, notas fiscais eletrônicas, declarações acessórias e pagamentos, em tempo real, para identificar riscos, oportunidades e falhas no cumprimento das obrigações tributárias.
A ferramenta simula o impacto das novas regras da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) e do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), principais pilares do novo modelo.
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Segundo Lionello, o Manager já opera com as duas lógicas tributárias — a atual e a futura — o que permite às empresas uma transição gradual.
“É impossível, de forma manual, acompanhar todas as mudanças e cruzar corretamente as informações fiscais. A automação se tornou essencial para garantir conformidade e eficiência”, afirmou.
Case real evitou prejuízo milionário
Durante a fase piloto da plataforma, uma joalheria da Serra Gaúcha, a Albamary Joias, economizou cerca de R$ 1 milhão ao detectar erros em contribuições previdenciárias dos últimos cinco anos.
O sistema identificou o uso de códigos incorretos e falhas na segregação de receitas, o que resultava em pagamento maior de tributos e perda de créditos.
Além da recuperação financeira, a ferramenta também corrigiu inconsistências que poderiam gerar autuações da Receita Federal. “Evitar multas e manter o compliance com fornecedores se torna cada vez mais difícil sem tecnologia”, diz Lionello.
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Três fases para adaptação ao novo sistema tributário
A VML estruturou um plano de transição em três fases: diagnóstico, adequação e gestão híbrida. O objetivo é alinhar a contabilidade e o departamento fiscal das empresas à nova estrutura legal, que terá um período de convivência entre os dois modelos até 2033.
Para Lionello, empresas de todos os portes devem se preparar. “A complexidade do sistema tributário brasileiro não permite mais improviso. Mesmo empresas de médio porte precisam automatizar para manter competitividade”, alerta.
Omissões podem custar caro
Entre os principais erros observados pela VML nas empresas está a tendência de adiar o processo de adaptação. Segundo Lionello, parte dos créditos tributários atualmente disponíveis tende a perder validade ou a ter regras diferentes com a mudança do sistema. “Há uma janela de oportunidade até 2026 que muitas empresas não estão aproveitando”, alerta.
A visão é compartilhada pelo CEO da ASIS Tax Tech, Ulisses Brondi. “As empresas que esperarem pela vigência da nova regra para se adaptarem estarão mais expostas a autuações, perdas de crédito tributário e problemas de fluxo de caixa”, afirma.
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Por outro lado, segundo Lionello, empresas mais avançadas nesse processo transitório, tratam o tema como estratégico, revisitam cadastros, ajustam processos críticos e treinam equipes multidisciplinares com apoio de sistemas inteligentes de apoio à decisão.
Setores mais vulneráveis na reforma tributária
Segundo o especialista, nem todos os setores sofrerão as mesmas consequências, no entanto, três setores se destacam entre os que podem sair com um prejuízo acima dos demais, são eles:
- Prestadores de serviços, especialmente os que pagam menos tributos atualmente;
- Empresas no regime cumulativo de PIS e Cofins;
- Profissionais liberais.
“Embora o governo fale em carga neutra, alguns segmentos sentirão mais. A gestão antecipada e orientada por dados será essencial para mitigar esses impactos”, completa Lionello.