Após dois pregões de alta, o dólar voltou a cair, fechando esta sexta-feira (26) em baixa de 0,49%, a R$ 5,34. As falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed) e a leitura da inflação medida pelo índice de preços de gastos com consumo (PCE) reforçaram a percepção de que há espaço para cortes de juros.
O estrategista-chefe da Monte Bravo, Alexandre Mathias, avaliou, em entrevista ao Broadcast, que o Fed deve realizar três cortes seguidos: dois ainda em 2025 e outro em janeiro de 2026. Para ele, esse movimento pode favorecer o fluxo para emergentes e fortalecer o real no curto prazo.
Apesar da possibilidade de valorização pontual da moeda brasileira, Mathias prevê taxa de câmbio entre R$ 5,50 e R$ 5,80 no fim do ano. Ele cita fatores sazonais, como a saída de recursos em novembro e dezembro devido a remessas de lucros e dividendos, além do déficit em transações correntes e do cenário fiscal doméstico.
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Em agosto, o déficit em transações correntes foi de US$ 4,67 bilhões, abaixo da mediana das projeções (-US$ 5,35 bilhões). No acumulado de 12 meses, o saldo negativo equivale a 3,51% do PIB, menor patamar desde janeiro.
Já os Investimentos Diretos no País (IDP) somaram US$ 7,99 bilhões em agosto, superando estimativas. Ainda assim, não foram suficientes para cobrir o rombo externo.
Na semana, o dólar ainda teve valorização de 0,32%, mas no mês o saldo parcial é de queda de 1,55%. No ano, a moeda americana já acumula perdas de 13,63% frente ao real.
Dólar sobre pressão no exterior
Segundo analistas, o movimento da moeda americana frente ao real esteve atrelado, em grande parte, ao comportamento global do dólar. O Dollar Index (DXY), que mede a força da moeda americana em relação a uma cesta de seis divisas fortes, encerrou a semana acima dos 98 mil pontos, com alta de 0,50%.
Apesar disso, no acumulado de setembro o índice mostra avanço de apenas 0,30%, e no ano, queda de 9%. Confira o gráfico DXY (em tempo real):
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