O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores, encerrou o pregão desta quinta-feira (2) em queda significativa de 1,08%, aos 143.949,64 pontos, atingindo o menor nível de fechamento desde 15 de setembro.
Pesou sobre o desempenho do índice a aprovação do PL 1087/25 na Câmara dos Deputados, que decide sobre a isenção de Imposto de Renda (IR) para salários até R$ 5 mil e desconto parcial para rendas de até R$ 7.350, além de outras determinações, como a “taxação dos super ricos”, sobre lucros e dividendos.
A medida, que era uma das principais promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e vista pela oposição como “medida eleitoreira” despertou um alerta no mercado em relação aos impactos no cenário fiscal e na inflação.
Em destaque no Ibovespa, Petrobras fechou em forte queda de 1,24% (ON) e de 0,96% (PN), acompanhando o quarto dia de queda do petróleo, que apesar de abrir a sessão desta sexta-feira (3) em alta, caminha para sua maior queda semanal desde o final de junho (em torno de 8%).
No sentido oposto, a Vale encerrou a sessão com ganho de 0,67%, enquanto os bancos tiveram perdas entre 0,21% (Santander Unit) e 1,61% (Bradesco PN).
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No mercado internacional, a ausência de indicadores econômicos em decorrência do shutdown nos Estados Unidos deixou o Federal Reserve (fed) no escuro, aumentando a percepção de risco dos investidores.
A ausência dos números do payroll, cuja divulgação estava prevista para esta sexta-feira e foi suspensa devido ao shutdown, aumenta as incertezas sobre o direcionamento que o Fed deve tomar em sua próxima reunião de política monetária.
Dados de inflação com previsão de divulgação em meados de outubro e relatórios de outros órgãos, como o Census Bureau e o Bureau of Economic Analysis também podem ser afetados.
Com o retorno do feriado judaico de Yom Kippur, a esperança é de que os senadores retomem as negociações sobre o orçamento do governo Trump e consigam chegar a um acordo para acabar com o shutdown, no entanto, não há expectativas de que isso aconteça durante o final de semana.
No Brasil, as incertezas sobre a política do Fed reflete nos ativos brasileiros, somada à preocupação com o aumento do consumo e riscos inflacionários após a aprovação da isenção do Imposto de Renda.
Com o adiantamento da corrida eleitoral, o Planalto se anima a planejar novas medidas “de apelo popular” para colher os frutos em 2026, como o programa de tarifa zero de ônibus, discutido em plenárias em Belo Horizonte nesta sexta-feira.
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Manchetes desta manhã
- Propostas para reforma administrativa limitam gastos de Estados e municípios (Valor)
- Alterações de Lira elevam em R$ 5,4 bilhões renúncia fiscal da nova isenção do IR (Folha)
- Fraude no INSS: agente da PF movimentou R$ 2,8 milhões em um ano em transações atípicas, diz Coaf (Estadão)
- Dólar hoje: mercado deve reagir a ‘apagão’ em estatísticas do emprego por causa do shutdown (O Globo)
- Após vitória no Imposto de Renda, governo prevê perdas na tramitação da MP do IOF (Valor)
Mercado global tem expectativa de novo corte de juros pelo Fed
As Bolsas da Europa operam mistas com expectativas de flexibilização monetária do Fed prevalecendo sobre a incerteza com a paralisação do governo americano e levam investidores a adotar uma abordagem de risco.
Do lado do Banco Central Europeu (BCE) é esperado que mantenha as taxas inalteradas pela terceira reunião consecutiva em 30/10, mesmo após a inflação subir de 2% em agosto para 2,2% em setembro.
O PPI de agosto na Zona do Euro (-0,3%) reverteu dois meses consecutivos de alta, enquanto o PMI Composto foi confirmado em 51,2 pontos, de 51 em agosto, registrando o quarto mês seguido de crescimento.
Na Ásia, os índices encerraram a semana com desempenho misto após investidores venderem para garantir lucros obtidos na véspera e com os mercados da China fechados devido ao feriado da Golden Week.
Em Hong Kong, o índice Hang Seng terminou em queda de 0,54%, enquanto no Japão o índice Nikkei teve ganhos de 1,93% impulsionados pelas altas das ações de tecnologia.
Em Nova York, os índices futuros operam em alta após os três principais índices de Wall Street fecharem em máximas históricas na véspera, impulsionados pelo otimismo com inteligência artificial (IA), apesar da paralisação do governo.
Confira os principais índices do mercado:
•S&P 500 Futuro +0,3%
•FTSE 100 +0,7%
•CAC 40 +0,3%
•Nikkei 225 +1,9%
•Hang Seng -0,5%
•Shanghai SE Comp. +0,5%
•MSCI World +0,2%
•MSCI EM +0,3%
•Bitcoin -0,2% a US$ 120530,25
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Commodities
- Petróleo: preços sobem, mas caminham para sua maior queda semanal desde o final de junho (em torno de 8%), devido às expectativas de que a OPEP+ pode aumentar mais a produção em sua reunião no fim de semana.
O Brent/dez sobe 0,51%, cotado a US$ 64,44 e o WTI/nov avança 0,55%, a US$ 60,81 - Minério: mercados seguem fechados no porto de Dalian em razão do feriado da Golden Week na China. Em Singapura, os contratos futuros têm leve alta de 0,14% cotados a US$ 103,95/ton e o mercado à vista está estável, cotado a US$ 104,00/ton.
Cenário internacional acompanha declarações do Fed
Nos EUA, o otimismo com empresas de inteligência artificial segue impulsionando as bolsas e ajudando a ofuscar as preocupações com a paralisação do governo americano, que já dura três dias.
Na noite desta quinta-feira, a Open IA anunciou mais uma parceira estratégica para o desenvolvimento de infraestrutura de IA, agora com o conglomerado japonês Hitachi.
Em meio ao cancelamento de dados econômicos devido ao shutdown, as divulgações dos PMIs foram mantidas, uma vez que não dependem de agências oficiais do governo. Às 10h45 será anunciado o PMI Composto e de Serviços da S&P Global e, o ISM às 11h.
Na agenda da próxima semana, destaque para a divulgação da ata da última reunião do FOMC na quarta-feira (8) e discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, em evento na quinta-feira (9).
O mercado também acompanha os discursos do vice-presidente do Federal Reserve (Fed), Phillip Jefferson, e da presidente da instituição de Dallas, Lorie Logan.
No contexto da paralisação parcial do governo norte-americano, o presidente Donald Trump afirmou que pretende eliminar agências federais que considera aparelhadas pelo Partido Democrata.
A administração já bloqueou US$ 26 bilhões destinados a estados com maioria democrata, incluindo US$ 18 bilhões para transporte em Nova York e US$ 8 bilhões para energia limpa em 16 estados, como Califórnia e Illinois.
Além disso, segundo informações do Wall Street Journal, Trump está considerando investir pelo menos US$ 10 bilhões em ajuda aos produtores americanos diante das dificuldades financeiras que o setor de agricultura vem sofrendo, após a imposição de tarifas comerciais.
Mercado nacional de olho no cenário político
No Brasil, os investidores repercutem dados da produção industrial de agosto, prevista para as 9h, e o PMI de Serviços de setembro, às 10h.
No front político, o Senado planeja votação acelerada do projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda, aprovado na quarta-feira pela Câmara, buscando levar o texto direto ao plenário sem análise em comissões.
A agenda política desta semana encerra com o presidente Lula em visita a Belém e o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em audiência com representantes do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), às 12h30.
Na próxima semana, a agenda terá como destaque o IPCA de setembro, que será divulgado na quinta-feira (9).
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Destaques no mercado corporativo
- Braskem: bancos credores da Novonor estão dispostos a se tornarem acionistas da petroquímica e assumir seu controle, segundo informações do Estado.
- Embraer: informou que entregou 62 aeronaves no terceiro trimestre de 2025, aumento de 5% em relação ao mesmo período do ano anterior.
- Natura: vendeu operação Avon em seis países da América Central ao Grupo PDC; manterá licenciamento da marca.
- GPA: adotará voto múltiplo em eleição do Conselho (6/10).
- Klabin: contratou crédito rotativo de US$ 500 milhões até 2030.
- Banco Master: Daniel Vorcaro negocia reestruturação com a Laplace Assessoria.
