Os investidores amanhecem nesta quarta-feira (22) após um novo dia de oscilação nos mercados globais. No Brasil, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, perdeu força e caiu 0,29%, aos 144.085 pontos. Hoje, as incertezas fiscais devem permanecer no radar, depois que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou o fatiamento da MP 1303.
Haddad afirmou que o corte nas emendas será maior do que R$ 7 bilhões, e o fatiamento dividirá o projeto focando em: medidas de revisão de despesas, com impacto estimado de mais de R$ 15 bilhões, e outro focado no aumento de arrecadação.
Em um dia sem indicadores econômicos relevantes em pauta, o cenário corporativo também entra no foco da Bolsa — tanto no Brasil, como nos EUA — com a temporada de balanços pegando tração.
Ontem (21), após o fechamento, a Vale (VALE3) divulgou seus dados de produção e vendas (números que antecedem o balanço) e a Netflix revelou seus números trimestrais, citando o Brasil e uma disputa tributária, que a obrigou a gastar mais no período.
Em meio à incerteza global, o dólar voltou a ganhar força no último pregão e rompeu os R$ 5,40 após quatro quedas consecutivas. A moeda norte-americana se valorizou frente aos seus principais pares (índice DXY subiu 0,40%), o que também influenciou para a queda do ouro, que caiu mais de 5% — a maior desvalorização em 12 anos —, após bater recordes nos últimos dias.
No mercado internacional, além de repercutirem os números abaixo do esperado da Netflix, que fizeram as ações despencarem no after hours em Nova York ontem, os investidores seguem atentos aos desdobramentos da guerra comercial. Após confirmar, Donald Trump já não garante mais um encontro com o presidente chinês Xi Jinping. Uma reunião com Vladimir Putin também foi descartada.
No Brasil, há a esperança dos negociadores de que o norte-americano se encontre com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no próximo domingo, na Malásia. A conversa já está agendada por eles, mas falta a confirmação oficial da Casa Branca.
As incertezas fiscais aumentaram nesta semana, com o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, afirmando que o governo tentará votar na próxima semana o projeto de revisão de incentivos fiscais.
O projeto que aprovou a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil também está em pauta, após Renan Calheiros afirmar que o Senado vai propor novas emendas, porque, segundo ele, houve “pegadinhas” que tiraram a neutralidade fiscal do texto.
Durante entrevista à GloboNews, Haddad disse desconhecer a “pegadinha”, mas reconheceu que reparos podem ser feitos, caso necessário.
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Manchetes desta manhã
- Analistas esperam 3º trimestre mais fraco para empresas (Valor)
- Nova compensação para o IOF será dividida em dois projetos, diz Haddad (Valor)
- STF publica acórdão do julgamento que condenou Bolsonaro e abre prazo para recursos (O Globo)
- Governo age para agradar Alcolumbre em outras frentes antes de provável frustração com STF (Folha)
- Governo quer afastar regra do arcabouço para aumentar gastos com pessoal e isenções em ano eleitoral (Estadão)
Mercado global
As Bolsas da Europa, operam sem direção única nesta manhã, com os investidores duvidando sobre o encontro entre os líderes da China e dos EUA para negociações sobre tarifas. No Reino Unido, a inflação ficou estável, garantindo o terreno positivo para a bolsa de Londres, que avança 0,91%.
Na Ásia, as principais bolsas encerraram o pregão no negativo, menos o índice Kospi, da Coreia do Sul. Segundo analistas, o movimento de baixa ocorreu em razão de venda de ações, especialmente tecnologia, mas também diante da dúvida do encontro entre Trump e Xi Jinping.
Em Nova York, os índices futuros recuam no aguardo de Tesla (divulga o balanço após o fechamento), que dará início aos dados das “Magnificent Seven”. Os investidores focarão majoritariamente nos lucros corporativos, após os números do terceiro trimestre da Netflix terem decepcionado.
Confira os principais índices do mercado:
- S&P 500 Futuro: -0,05%
- STOXX 600: +0,08%
- FTSE 100: +0,91%
- Nikkei 225: -0,11%
- Shanghai SE Comp.: -0,07%
- MSCI EM: -0,34%
- Dollar Index: +0,07%
- Yield 10 anos: -0,28%, a 3,950%
- Bitcoin: -0,96% a US$ 107.761,20
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Commodities
- Petróleo: Contratos futuros sobem com provável acordo entre EUA e Índia, que levaria o país a reduzir gradualmente as importações do petróleo russo, dizem analistas.
O Brent para dezembro opera em alta de 1,22%, a US$ 62,07, enquanto o WTI sobe 0,07%, aos US$ 57,86 por barril. - Minério de ferro: commodity fechou em alta de 0,65% em Dalian na China, cotado a US$ 108,63/ton.
Já em Singapura, os contratos futuros estão em alta de 0,14%, cotados a US$ 104,15/ton e no mercado à vista, caem 0,05%, cotado a US$ 105,10/ton.
Cenário doméstico e internacional
No Brasil, além do cenário fiscal agitado, os investidores acompanharão os dados semanais do fluxo estrangeiros, previstos para 14h30, e o terceiro leilão da ANP de áreas do pré-sal da Oferta Permanente de Partilha (OPP), às 10h.
Nos EUA, enquanto Trump segue indeciso sobre um encontro com o Xi Jinping, o discurso segue alinhado no sentido de fechar um bom acordo comercial entre as partes. Durante almoço com parlamentares republicanos, o norte-americano reforçou o bom relacionamento que ele tem com presidente chinês.
No Senado, o shutdown segue refletindo e trazendo insegurança no 22º dia. Ontem, o líder democrata na Casa, Chuck Schumer, revelou que pediu uma reunião com Trump para tentar encerrar a paralisação. A principal demanda segue sendo a de financiamentos de subsídios na saúde.
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Destaques no mercado corporativo
- Petrobras (PETR4): iniciou perfuração na Bacia da Foz do Amazonas após licença do Ibama.
- Braskem (BRKM5): mencionada em denúncia do MPF/AL sobre exploração de sal-gema; companhia ainda não teve acesso ao conteúdo da denúncia.
- Brava Energia: Cobas Asset Management atingiu 5,1% de participação acionária.
- GPA (PCAR3): renúncia de membro suplente do conselho fiscal, sem impacto no colegiado.
- Gafisa (GFSA3): aprovou 19ª emissão de debêntures, no valor de R$ 50 milhões.









