O dólar comercial fechou em R$ 4,8330, com queda de 0,20%. A moeda chegou a operar abaixo dos R$ 4,80, mas no período da tarde ganhou força, em um movimento de correção, impulsionado pelo risco inflacionário.
Segundo o sócio da Top Gain, Leonardo Santana, “a grande questão é até quando esta entrada de capital motivada pelos juros irá durar. Acho que o suporte é de R$ 4,80, não vejo o dólar em R$ 4,50”.
Além das eleições que começam a ganhar forma, Santana acha que o aumento dos juros nas economias desenvolvidas devem começar a mudar este panorama: “Além da próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), em maio, o dólar deve ganhar força quando a zona do euro iniciar a elevação dos juros”, projeta.
Para o sócio-fundador da Pronto! Invest, Vanei Nagem, “o que favorece o fluxo são juros e bolsa. As commodities, no momento, estão ajudando mais a equilibrar o aumento de custos como os insumos agrícolas do que fortalecendo o real”.
Nagem acredita que o avanço do real tende a não perder força: “Ainda hoje deve fechar abaixo dos R$ 4,80, e até a próxima semana chegar em R$ 4,60.
Já está no nível pré-Covid. Ainda somos um porto seguro em termos de juros”, observa.
Este avanço, contudo, acaba mascarando problemas estruturais como a parte fiscal, diz Nagem, que relembra que o “governo não fez a lição de casa e isso não significa que o país esteja bem”.
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De acordo com a equipe da Ouro Preto Investimentos, “o movimento agora é ligado ao petróleo, com o capital estrangeiro buscando países fortemente ligados a esta commodity, como é o caso do Brasil, que ainda em um diferencial de juros altíssimos, que devem estacionar na casa dos 13%, enquanto os Estados Unidos ainda estão no começo deste ciclo”.
O efeito de outras commodities importantes para a economia brasileira, no momento, é outro: “O impacto disso será observado mais na balança comercial”, analisa a Ouro Preto.
Paulo Holland / Agência CMA
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