Com a chegada de novembro e o início do pagamento do 13º salário, criminosos intensificam a instalação de dispositivos que travam cartões em caixas eletrônicos para roubar idosos. Eles aproveitam o aumento do fluxo nas agências para oferecer uma “falsa ajuda”, visando capturar a senha e realizar saques imediatos da conta de aposentados.
Por que o mês de novembro é mais perigoso para aposentados?
O pagamento do abono de fim de ano aumenta a circulação de dinheiro e de pessoas nas agências, criando o cenário ideal para golpistas. Eles sabem que muitos aposentados vão pessoalmente aos terminais para conferir o saldo ou sacar valores em espécie.
Aproveitando-se das filas e da distração natural em ambientes cheios, quadrilhas especializadas monitoram idosos que parecem ter dificuldades com a tecnologia. O objetivo é abordar a vítima exatamente no momento em que ela se sente mais vulnerável com o cartão preso.

Como os criminosos preparam a armadilha no terminal?
Os fraudadores instalam dispositivos discretos, conhecidos como “laços” ou “pescadores”, na leitora do caixa eletrônico. Essa peça trava o cartão magnético dentro da máquina, impedindo que ele seja devolvido após o uso e gerando pânico imediato na vítima.
Em alguns casos, eles também colam adesivos falsos no próprio terminal com números de “Suporte 0800” ou telefones fixos. Esses contatos não são do banco, mas sim de uma central clandestina montada pelos próprios criminosos para roubar seus dados.
De que maneira a ‘falsa ajuda’ engana a vítima?
Assim que o cartão trava, um golpista bem-vestido se aproxima fingindo ser outro cliente ou um funcionário fora de expediente. Ele oferece ajuda solicitando que o idoso digite a senha novamente ou ligue para o número falso colado na máquina.
Fique atento aos comportamentos típicos desses criminosos que tentam ganhar sua confiança para observar a digitação da senha:
- Insistência para que você não saia da frente da máquina de jeito nenhum.
- Sugestão de usar o celular dele para ligar para a “central de desbloqueio”.
- Toque físico no teclado ou tentativa de ver a tela por cima do ombro.

Como distinguir um funcionário real de um golpista?
A regra fundamental é entender que funcionários do banco jamais pedem senhas digitadas ou oferecem telefones de terceiros para resolver problemas. A ajuda real vem de funcionários uniformizados e identificados, geralmente dentro da agência, e nunca de estranhos na fila.
A tabela abaixo mostra as diferenças cruciais entre o procedimento bancário seguro e a abordagem criminosa no autoatendimento.
| O que o Golpista Faz (Sinal Vermelho) | O que o Banco Realmente Faz (Realidade) |
| Estranho oferece ajuda e pede a senha. | Nunca aceite ajuda de desconhecidos; procure um funcionário. |
| Adesivo com 0800 colado na máquina. | O suporte está apenas no verso do cartão ou na tela digital. |
| O “atendente” no telefone pede a senha. | O banco nunca pede senha ou código de segurança por voz. |
Fui vítima no caixa eletrônico, o que devo fazer agora?
Se o cartão ficar preso, não aceite ajuda de estranhos e não saia de perto do terminal. Use seu próprio celular para ligar imediatamente para o canal oficial do banco e bloquear o cartão, impedindo saques indevidos.
Após o bloqueio, é obrigatório formalizar a ocorrência para proteger seu patrimônio e alertar as autoridades sobre a fraude na agência:
- Registre um Boletim de Ocorrência (B.O.) na Delegacia Eletrônica da Polícia Civil relatando o dispositivo no caixa.
- Informe o gerente da agência sobre a adulteração da máquina.

