Nesta quinta-feira (10), a Petrobras anunciou um novo aumento no preço da gasolina e do diesel. A ideia é refletir na bomba de gasolina o aumento do preço do petróleo nos últimos dois meses, alçado à salturas com a guerra entre Rússia e Ucrânia.
O barril de petróleo do tipo Brent alcançou patamares similares a 2014, passando dos R$ 115.
Os reajustes promovidos pela Petrobras são de 18,8% para a gasolina e de 24,9% para o diesel. O valor médio de vendas para as distribuidoras, por litro, passará de 3,25 reais para 3,86 reais por litro para a gasolina e de 3,61 reais para 4,51 reais para o diesel. Nesse novo aumento, o quilo do gás de cozinha passará de 3,86 reais para 4,48 reais, o que significa uma alta de 16%.
No Brasil, o aumento do preço dos combustíveis tem foríssimo impacto na inflação. Com a dependência do transporte rodoviário, toda a cadeia de suprimentos costuma ser afetada, “doendo no bolso” dos cidadãos como um todo.
No mercado financeiro, no entanto, o anúncio do aumento de preços pela Petrobras foi bem recebido.
Após o anúncio, e no início do pregão, as ações da Petrobras chegaram a valorizar 2,99%. No início da tarde (13h30), os papéis PETR3 e PETR4 valorizavam 1,84% e 3,04%, chegando a R$ 35,33 e R$35,56, respectivamente.
Isso porque os investidores assumiram que o repasse do aumento de preços mostra que não haverá intervenção estatal na petroleira e que ela seguirá lucrativa.
A maioria dos agentes financeiros acreditam que manter preços congelados, ou seja, evitar que os preços oscilem, traz consequências negativas para o cenário macroeconômico – como, por exemplo, pressões inflacionárias no futuro. Portanto, mesmo que em um primeiro momento a ideia de aumentar os preços de combustíveis praticados no Brasil possa parecer ruim para economia, por estimular um aumento generalizados dos preços, o mercado entende que é um movimento positivo pois aproxima a economia doméstica da internacional, evitando que distorções atrapalhem o funcionamento orgânico do sistema econômico.
Entendendo que o aumento no preço do petróleo é uma oscilação natural do mercado, os investidores acreditam que por mais duro que seja o aumento dos preços é melhor deixá-lo oscilar conforme as condições do mercado – mesmo que isso traga consequências palpáveis e negativas para a sociedade.
Tomar a decisão de segurar ou adiar os efeitos dos choques gerados por fatores exógenos, aqui no caso o aumento dos preços dos combustíveis como consequência do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, geram custos que serão pagos no futuro, desestabilizando as cadeias de produção e distribuição de riqueza.
Além disso, para os investidores da Petrobras, é um alívio saber que mesmo com a forte elevação do petróleo no internacional não haverá controle sobre sua gestão.
Como cerca de 10% do Ibovespa, principal indicador do mercado brasileiro, são compostos por ações da Petrobras, a alta dos papéis da petroleira acabam por influenciar todo o mercado de ações.









