Chegou o inverno para a Itaipava. O Grupo Petrópolis entrou em recuperação judicial nesta segunda-feira (27).
Após o anúncio, as ações da Ambev (ABEV3), sua principal concorrente, disparam, registrando alta de até 7,6% nesta terça-feira.
- Sabia que o Monitor do Mercado manda notícias e recomendações de investimento primeiro para alguns grupos de WhatsApp? É o serviço chamado Real Time. E você pode fazer parte desse time, que fica à frente do mercado financeiro. Clique aqui e garanta seu acesso.
A causa foi avaliada em R$ 4,4 bilhões. A empresa afirma que passa por uma crise de liquidez há 18 meses.
Na petição a qual o Monitor do Mercado teve acesso, o grupo afirma que houve uma queda no volume de vendas, enquanto a capacidade produtiva aumentava, resultando em uma queda de 17% na receita bruta.
Alô Ambev
Petrópolis disse que houve um aumento substancial no custo da produção de cerveja, acima da inflação, a partir de 2019 e que seus concorrentes não repassaram os aumentos para o produto final “graças a uma prática, que se vale de incentivos aplicáveis à Zona Franca de Manaus, reputada pelas autoridades fazendárias como “planejamento tributário abusivo””.
O grupo faz referência a Ambev e a Coca Cola, que produzem seus produtos dentro da Zona Franca, e por isso não recolhem o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e recebem outros benefícios fiscais.
De acordo com a petição, foi por isso que a empresa aumentou seu custo sem poder repassá-lo integralmente aos consumidores e comprometeram seu fluxo de caixa.
Mas em 1º de março, o grupo finalmente decidiu reajustar seus preços, resultando em uma queda de vendas expressivas e o eventual pedido de recuperação judicial.
O Grupo Petrópolis também pediu a liberação dos seus saldos em bancos, incluindo R$ 215,7 milhões no banco Santander. O juiz atendeu ao pedido.
Imagem: piqsels.com