O dólar encerrou a sessão em queda de −0,39%, negociado a R$ 5,44 nesta sexta-feira (21). A moeda norte-americana flutuou pouco ao longo do dia, mas foi impactada por falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante a tarde, e perdeu a sequência de cinco altas seguidas.
O recuo acontece, um dia depois da maior cotação da moeda desde julho de 2022. Ao longo do dia, o dólar à vista chegou a zerar as perdas e por volta das 15h50, subia 0,04%, aos R$ 5,4613, na máxima do dia.
Entrevista de Lula mudou comportamento do dólar
No meio da tarde, o presidente, concedeu entrevista em São Luís (MA), e voltou a tecer críticas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Na visão de Lula, “Campos Neto é um adversário político e ideológico”. Segundo ele, a depreciação do real “não preocupa o governo”. Para Lula, a especulação em torno do dólar, não afetará a economia brasileira.
As críticas ao comandante do BC têm se tornado frequentes por parte do presidente, e nesta semana teve a decisão unânime do banco em manter a Selic, em 10,50%, como plano de fundo.
Dólar avança no cenário externo
Nesta sexta, o dólar avançou na comparação com os principais pares do mercado externo, devido aos dados melhores que o esperado de atividade (PMI) e de vendas de moradias nos EUA. Os números reforçam o quadro de juro alto por mais tempo no país.
Na Europa, o cenário de queda das maiores bolsas europeias contribuíram para o avanço da moeda. Os dados mais fracos para o Índice de Gerentes de Compras (PMIs) no bloco europeu, gerou um dia de perdas no continente.
No final do dia, o dólar subia para 159,60 ienes, enquanto o euro recuava para US$ 1,0694, em Nova York. Já o índice DXY, que mede o dólar em relação a uma cesta de moedas fortes, subia 0,22%, aos 105,817 pontos.
Semana positiva
Embora tenha registrado uma queda hoje, trazendo um alívio para a moeda brasileira, o dólar à vista fecha a semana em um patamar positivo. No acumulado, a moeda encerrou a semana com um avanço de 1,10%. Além disso, alcançou o seu maior patamar em quase dois anos. O desempenho levou a moeda para a quinta semana consecutiva de alta.
Para o cenário doméstico, o dia de respiro e de ajustes, teve influência do recuo do dólar americano, em relação a outras moedas da América Latina, em destaque o peso mexicano.