A ata do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), sinalizou que a instituição poderá aumentar a taxa de juros caso seja necessário para garantir que a inflação volte à meta. A possibilidade foi discutida na última reunião do colegiado, quando definiram pela manutenção da taxa Selic, em 10,5%, por unanimidade.
A informação foi divulgada pela instituição nesta terça-feira (6) na ata da última reunião do Comitê, ocorrida nos dias 30 e 31 de julho. No documento, o colegiado afirmou que segue de olho em possíveis alterações no cenário econômico.
Ata do Copom cita cenário econômico desafiador
Segundo o documento, o cenário econômico atual apresenta projeções de inflação mais elevadas e riscos crescentes. Isso torna o ambiente mais desafiador para a condução da política monetária.
O Copom destacou que continuará monitorando de perto os fatores que influenciam a inflação, sem se comprometer com estratégias pré-definidas.
Nas últimas semanas, o Boletim Focus, do BC, que conta com a projeção de economistas sobre os principais indicadores econômicos do país, tem apresentado altas consecutivas para as expectativas sobre a inflação brasileira. Ontem, o Focus elevou as projeções para 4,12% em 2024.
Segundo a ata, o Copom busca minimizar os custos do processo de desinflação, ou seja, a redução gradual da inflação, mantendo-se vigilante sobre os impactos das variáveis econômicas.
Incertezas no cenário externo
No cenário externo, o Copom observa que a incerteza permanece alta, com impacto direto na volatilidade dos mercados financeiros. Outro fator a ser observado pelo comitê é a volatilidade da moeda norte-americana. O dólar foi um dos temas mais discutidos ao longo da última reunião, segundo a ata.
A ata também mencionou que a política monetária dos Estados Unidos não terá influência mecânica sobre a condução dos juros no Brasil. O Copom continuará focado nos efeitos que o cenário externo pode ter sobre a inflação interna.
*Com informações da agência CMA.
Imagem: Raphael Ribeiro