O dólar fechou em queda de 0,21%, cotada a R$ 5,45, nesta segunda-feira (30). A moeda americana valorizou após declarações de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), sobre a política monetária dos Estados Unidos.
Powell indicou que o Fed não continuará cortando os juros no ritmo de 50 pontos-base, o que influenciou negativamente os mercados globais. O dólar, que funciona como um ativo de proteção (hedge) em momentos de incerteza, ganhou força frente a moedas de economias fortes e emergentes.
Com a sinalização, o mercado passou a prever apenas dois cortes de 25 pontos-base em 2024, o que pressionou moedas de países emergentes, como o real, que teve o terceiro pior desempenho entre as divisas de exportadores de commodities.
Índice DXY
Já o índice DXY, que mede a força do dólar frente a uma cesta de moedas globais, subiu 0,39% no final da tarde. No mês de setembro, o dólar acumulou uma queda de 3,33% em relação ao real, reflexo de fatores como o pacote de estímulos da China, que favoreceu moedas emergentes na semana anterior.
Perspectiva fiscal segue pesando no real
Apesar de o real ter mostrado uma valorização de 3% frente ao dólar ao longo de setembro, a percepção fiscal segue sendo um fator de pressão. Em entrevista ao Broadcast, Adauto Lima, economista-chefe da Western Asset, disse que “em uma perspectiva mais longa, o real ainda está atrás, com a questão fiscal pesando sobre sua performance.”
A taxa Ptax – usada como referência para liquidações de contratos cambiais – também refletiu a volatilidade do dia, fechando com alta de 0,09%, a R$ 5,4481. No acumulado do mês, a Ptax recuou 3,69%.