A Gol (GOLL4) registrou prejuízo líquido de R$ 830 milhões no terceiro trimestre deste ano, uma redução de 36,2% em relação ao prejuízo de R$ 1,3 bilhão no mesmo período de 2023.
Nos primeiros nove meses do ano, o prejuízo acumulado somou R$ 951 milhões, ampliando em relação ao saldo negativo de R$ 124 milhões registrado no mesmo período do ano anterior.
BTG Pactual recomenda venda para Gol
Nesta quarta-feira (13), as ações da Gol sobem 0,93%, negociadas a R$ 1,08. O BTG Pactual reforçou a sua recomendação de venda para GOLL4, com preço-alvo de R$ 1.
O banco afirma que o mercado deverá acompanhar de perto as atualizações sobre o processo de reestruturação, além de observar de perto os volumes e tarifas, preços de combustível, volatilidade cambial e a evolução da frota da companhia.
Principais linhas do balanço da Gol
A receita líquida da companhia totalizou R$ 4,96 bilhões no 3T24, crescimento de 6,3% em relação ao mesmo período de 2023. Esse desempenho foi impactado pela leve queda de 0,3% na receita unitária por assento-quilômetro (RASK) e uma redução de 1% na receita de passageiros (Yield), influenciada pela alta de 13% no câmbio, o que pressionou custos.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 491 milhões, uma queda de 60,7% em relação ao 3T23. A margem Ebitda da companhia fechou o trimestre em 9,9%, queda de 16,9 pontos percentuais em comparação ao ano anterior.
Já o Ebitda recorrente, que exclui itens não recorrentes, ficou em R$ 1,192 bilhão, uma redução de 4,6% em relação ao mesmo período de 2023, com margem de 24%, inferior aos 26,8% do 3T23.
Caixa e endividamento
A posição de caixa total, incluindo equivalentes e aplicações financeiras, alcançou R$ 1,9 bilhão no 3T24. Juntamente com as contas a receber, a posição de liquidez somou R$ 5,3 bilhões, representando 28,3% da receita acumulada nos últimos 12 meses.
A dívida bruta da Gol foi de R$ 29,5 bilhões ao final do trimestre, um aumento de 46% em um ano, devido à depreciação do real e ao financiamento conhecido como DIP Loan, utilizado para melhorar a estrutura de capital. A relação entre a dívida líquida ajustada e o Ebitda dos últimos 12 meses atingiu 5,5 vezes.
A Gol tem em vista aumentar a geração de caixa e reduzir o uso de operações de antecipação de recebíveis, o que impulsionou o saldo de contas a receber em R$ 442 milhões no trimestre.
A companhia também aposta na expansão de novas bases internacionais, incluindo Bogotá, Colômbia, e o retorno de operações em Natal, Porto Seguro e Confins, todas com destino a Buenos Aires.
Aérea expandiu frota no trimestre
A frota da Gol, totalmente composta por aeronaves Boeing 737, somava 138 unidades no trimestre, incluindo os modelos 737-MAX, 737-NG e cargueiros 737-800BCF. A companhia expandiu sua capacidade de assento-quilômetro (ASK) em 6,7% em relação ao ano passado, impulsionada pela maior oferta em rotas domésticas e internacionais.
No mercado doméstico, a Gol aumentou a oferta de assentos em 19%, concentrando esforços em aeroportos de alta demanda como o Galeão (RJ), que teve uma ampliação de 29% na oferta. Em rotas internacionais, a capacidade cresceu 57%, com destaque para Buenos Aires (+70%) e Miami (+53%).