O dólar à vista encerrou o pregão desta terça-feira (26) em alta de 0,04%, cotado a R$ 5,81, após oscilar entre R$ 5,7830 e R$ 5,8285, de olho no pacote de gastos do governo brasileiro e nas preocupações em torno do cenário político dos Estados Unidos.
A moeda norte-americana retomou a trajetória de alta no exterior diante dos principais pares, com destaque para o peso mexicano, que desvalorizou 1,9%, cotado a 20,68 pesos por dólar. Por outro lado, o índice DXY, que mede o desempenho do dólar ante uma cesta de moedas fortes, recuou 0,18%, a 107,01 pontos.
A libra esterlina perdeu 0,17% frente à moeda americana, enquanto o euro recuou 0,21%. O iene, por outro lado, valorizou-se com a expectativa de que o Banco do Japão (BoJ) possa antecipar ajustes na política monetária diante da recente desvalorização de sua moeda.
Política de Trump impacta desempenho do dólar
Nos mercados internacionais, a declaração de Trump sobre a possível imposição de tarifas de 25% sobre importações do México e do Canadá, além de 10% sobre produtos chineses, gerou forte pressão sobre as moedas emergentes.
A Capital Economics observou que o “Trump Trade” continua gerando saídas de capitais de mercados emergentes. “Esperamos que o dólar continue se fortalecendo, o que deve manter essas saídas nos próximos meses”, destacou a consultoria.
O dólar futuro para dezembro fechou com alta de 0,10%, cotado a R$ 5,8095. Analistas continuam atentos ao pacote fiscal do governo brasileiro e ao impacto das medidas de Trump no comércio global. A moeda americana pode manter-se forte caso o cenário de incertezas persista, tanto interna quanto externamente.
Expectativas por pacote fiscal no Brasil
No Brasil, o dólar oscilou perto da estabilidade durante todo o pregão, puxado pela incerteza em torno do pacote fiscal prometido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. No final da tarde, um líder do governo no Senado diz que pacote de corte de gastos só deve ser votado em 2025, segundo informações do jornal O Globo.
“O desempenho do real hoje foi muito influenciado pela expectativa de um pacote fiscal positivo. Se o governo surpreender, o dólar pode recuar para abaixo de R$ 5,70. Caso contrário, devemos seguir no patamar atual ou acima”, explicou Bruno Komura, analista da Potenza Capital.