O verão 2024/2025, que começará no dia 21 de dezembro de 2024, promete ser interessante do ponto de vista climático no Brasil. Diferentemente do verão anterior, que foi bastante impactado pelo fenômeno El Niño, este ano não apresentará os mesmos efeitos extremos associados. Enquanto os oceanos permanecem em temperaturas elevadas globalmente, não se espera um resfriamento suficiente nas águas do Pacífico para a formação do fenômeno La Niña. A ausência de El Niño é uma das características marcantes deste período.
Neste verão, o Pacífico Equatorial na costa do Peru mostra uma tendência de resfriamento, mas não o suficiente para configurar um La Niña. Essa característica influenciará as condições meteorológicas no Brasil, especialmente em relação à formação de padrões de umidade. Este fenômeno favorecerá a criação de corredores de umidade que conectam as regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste do país.
Como as frentes frias e ZCAS impactam o verão?
O Atlântico Sul apresentará condições que facilitam o avanço de frentes frias pelas costas sul e sudeste do Brasil. Estas frentes são fundamentais para canalizar a umidade do Norte, promovendo a instabilidade climática nessas regiões. A Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) é uma formação que poderá ocorrer, aumentando as chances de precipitação, especialmente no Sudeste brasileiro.
A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), outro sistema importante, costuma influenciar as chuvas no Nordeste. Para 2025, a previsão é que a ZCIT se aproxime com atraso devido ao desequilíbrio das temperaturas oceânicas entre o Atlântico Tropical Norte e o Sul, retardando assim sua incursão no nordeste brasileiro.
O que esperar nas diferentes regiões do Brasil?
A chuva e a temperatura no Brasil terão variações regionais. No Sul, espera-se que a precipitação seja irregular, enquanto períodos de calor intenso podem ocorrer no Rio Grande do Sul. Já no Sudeste, haverá uma mistura de chuvas e temperaturas moderadas, e as condições climáticas serão menos extremas comparadas ao verão anterior.

- Região Sul: Calor intenso pode ocorrer principalmente em áreas oeste. Temperaturas elevadas são esperadas em Porto Alegre, com precipitações mal distribuídas principalmente em janeiro.
- Região Sudeste: Alternância entre períodos chuvosos e semanas de calor. Frentes frias frequentes ajudam a manter um equilíbrio térmico.
- Região Centro-Oeste: O forte potencial de formação de corredores de umidade promete chuvas acima da média principalmente em Goiás e Mato Grosso.
- Região Nordeste: A irregularidade nas chuvas predominará na primeira quinzena de janeiro, seguida por maior frequência de precipitações a partir da segunda quinzena.
- Região Norte: Tempo abafado com chuvas volumosas e frequentes, crucial para a recuperação dos níveis de água dos rios.
Quais são as perspectivas climatológicas?
Globalmente, os oceanos continuam a apresentar temperaturas acima da média, exceto no Pacífico Equatorial central e oriental. Esta situação globalmente quente terá seus efeitos sentidos no Brasil, mas a expectativa é de que a ausência dos extremos do El Niño permita um verão mais balanceado em termos de temperatura e chuva. Fenômenos de menor escala poderão influenciar as condições ao longo da estação, promovendo variações locais de precipitação e temperatura.
O verão 2025 no Brasil trará mudanças significativas do recente padrão de extremos, prometendo um equilíbrio maior nas condições climáticas, com destaque para a cooperação entre padrões naturais e anomalias oceânicas na determinação das condições meteorológicas regionais.









