As bolsas dos Estados Unidos não abriram nesta segunda-feira (20) devido ao feriado de Martin Luther King, mas a posse do republicano Donald Trump roubou a atenção e não deixou os investidores descansarem.
Conhecido por utilizar redes sociais para expressar posicionamentos e influenciar negociações, os discursos de Trump devem impactar o mercado financeiro, que volta a normalidade amanhã (21).
Além disso, o recente avanço nas negociações comerciais com a China, que pode aumentar compras de produtos agrícolas dos Estados Unidos, também segue sendo monitorado.
Corte de juros nos Estados Unidos
Na última semana, os mercados sofreram fortes movimentações na maior economia do mundo. Por lá, tivemos dados de inflação (CPI) mais brandos e um relatório de empregos (payroll) acima das expectativas.
A divulgação dos dados levou os rendimentos dos títulos de três meses do Tesouro Americano (Treasuries) a uma queda de 2,94%. Como reposta, os indícios de uma inflação controlada fizeram o mercado projetar uma primeiro corte na taxa de juros para junho — a expectativa majoritária segue em setembro.
Desempenho no Brasil
No Brasil, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, subiu 2,94% na última semana, interrompendo uma sequência de quedas. O movimento foi impulsionado por ações descontadas e menor pressão nos juros americanos.
Já o dólar registrou queda de 0,57%, aliviando o custo de importações e influenciando o cenário macroeconômico. Hoje, o Banco Central (BC) realizou dois leilões para controlar o câmbio.
O IFIX, índice que mede o desempenho de fundos imobiliários, caiu 1,4%. Discussões sobre a tributação de receitas dentro dos fundos têm gerado apreensão. Embora um recuo inicial na proposta tenha aliviado o mercado, o tema continua em pauta.
O que temos além de Trump?
No novo episódio do podcast Perspectivas da Semana, Sérgio Ricciardi, da Wiser | BTG Pactual, disse que a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) e a divulgação do IPCA-15, prévia da inflação, merecem atenção no Brasil.
Dados sobre confiança do consumidor também estão no radar, mas a agenda econômica segue sem grandes eventos até o final da semana.