O Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 5,4% no primeiro trimestre de 2025 em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (16) pelo Escritório Nacional de Estatísticas (NBS), antes de registrar os primeiros impactos da guerra tarifária.
O resultado ficou acima da projeção de analistas ouvidos pela FactSet, que esperavam alta de 5,1%.
Na comparação com o último trimestre de 2024, o crescimento foi de 1,2%, repetindo o desempenho anualizado do período anterior, mas com leve desaceleração na margem — no quarto trimestre do ano passado, o crescimento havia sido de 1,6% em relação ao terceiro trimestre.
Crescimento impulsionado por estímulos fiscais
Segundo o NBS, embora o resultado tenha superado as expectativas, o país ainda enfrenta desafios. A avaliação oficial destaca que a demanda interna segue fraca e que o ambiente externo se tornou mais complexo, sobretudo diante da intensificação da guerra comercial com os Estados Unidos.
De acordo com a consultoria Capital Economics, o bom desempenho de março compensou uma atividade mais fraca em janeiro e fevereiro. O crescimento nas vendas no varejo foi puxado por estímulos do governo, como programas de troca de bens de consumo. A produção industrial também acelerou, passando de 5,9% para 7,7%, influenciada pelas exportações.
A expectativa da consultoria é que os estímulos fiscais e monetários continuem nos próximos meses. Um novo corte de juros pelo banco central da China é considerado provável já na próxima semana. Apesar do cenário global adverso, a previsão da Capital Economics é de que o PIB chinês supere 4% em 2025.
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Itaú reduz projeções para China e economia global
Em função da escalada tarifária entre China e Estados Unidos, o Itaú Unibanco revisou para baixo suas estimativas de crescimento para as maiores economias do mundo. A projeção para o PIB da China em 2025 caiu de 4,5% para 4,2%. Para os Estados Unidos, a estimativa foi reduzida de 2% para 1,2%.
Com isso, a previsão de alta do PIB global em 2025 passou de 3,2% para 2,7%. Para 2026, a projeção caiu de 3,1% para 2,6%.
O banco alerta que o aumento das tarifas representa um choque negativo de oferta, elevando o risco de uma recessão global. No caso específico da China, o Itaú estima que a tarifa efetiva aplicada pelos EUA chegou a 104%, o que, segundo o banco, inviabiliza o comércio bilateral em diversos setores.