Após quatro dias sem negociações devido ao feriado prolongado, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou esta terça-feira (22) com uma alta de 0,63%, aos 130.464,38 pontos — retomando o nível dos 130 mil pontos pela primeira vez desde o anúncio das tarifas de Donald Trump no início do mês.
As blue chips, ações com maior volume de negociações na Bolsa, foram o grande destaque do pregão, sendo que a Vale — ação de maior peso no Ibovespa —, liderou entre elas, com alta de 1,78%. Já os papéis da Petrobras fecharam mistos, com os ordinários caindo 0,54% e os preferenciais subindo 0,22%. Por outro lado, no setor bancário, o Itaú se destacou, subindo 1,95%.
No mercado internacional, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recuou no tom das declarações contra o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, desmentindo qualquer intenção de demissão.
As tensões entre os dois se elevaram na última segunda-feira (21), quando Trump subiu o tom das críticas e os mercados reagiram negativamente, afetando até mesmo a credibilidade dos títulos do Tesouro americano (Treasuries), considerados os ativos mais seguros do mundo.
Ontem, em meio a possibilidade de um mandato encurtado de Powell, o dólar operou em forte queda aqui no Brasil, encerrando o dia em baixa de 1,3%, a R$ 5,73. Este foi o menor valor de fechamento desde o anúncio das tarifas em 3 de abril.
Trump também mudou o tom do discurso ao mencionar a China em entrevista coletiva na Casa Branca. O presidente norte-americano afirmou que há espaços para negociações e que as tarifas finais sobre produtos chineses não chegarão “nem perto” dos 145%. No início de maio, é esperado que Trump se encontre com Xi Jinping, segundo a Reuters.
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Manchetes desta manhã
- Empresas chinesas do agronegócio preveem maior investimento no Brasil (Valor Econômico)
- Presidente do INSS é afastado após operação sobre descontos irregulares de R$ 6,3 bi
- Apple e Meta são multadas em US$ 802 milhões pela UE após ameaças de Trump (O Globo)
- Tarifas de Trump: Casa Branca diz que negociações comerciais com China vão ‘muito bem’ (Exame)
Mercado global
As bolsas da Europa operam em forte alta nesta manhã, após o recuo de Donald Trump nos ataques a Jerome Powell. Os índices de Paris e Frankfurt se destacam, com avanços de 2,41% e 2,67%, respectivamente. Entre as ações, os papéis de tecnologia, como os da alemã SAP, chamam atenção, com alta de 10,41%.
Os mercados também reagem aos dados do PMI, que mostraram contração na atividade do setor privado na França e na Alemanha neste mês, pressionadas pela fraqueza em serviços. O crescimento empresarial da zona do euro também estagnou, já que a atividade de serviços encolheu e a crise industrial persistiu.
Nos mercados asiáticos, o ritmo também foi de alta no pregão durante a madrugada, impulsionado pelo ritmo apresentado em Nova York no dia anterior. Praticamente todas as bolsas fecharam em terreno positivo, com exceção de Xangai, que caiu levemente
Em Nova York, os índices futuros apontam para uma abertura em forte alta dos três principais indicadores da NYSE, com avanço superior a 2%. O mercado opera com mais otimismo nesta manhã, impulsionado pelo recuo de Donald Trump em relação a Jerome Powell e à China.
As ações da Tesla sobem 7,18% no pré-mercado, após a companhia superar as expectativas de lucro em seu principal negócio automotivo. O CEO Elon Musk também anunciou que se afastará de assuntos relacionados ao governo Trump para focar na administração de suas empresas.
Já os papéis da Apple e da Meta registram alta superior a 3%, mesmo após a União Europeia aplicar multas de US$ 802 milhões às duas companhias.
Confira os principais índices do mercado:
- S&P 500 Futuro: +2,36%
- STOXX 600: +1,51%
- FTSE 100: +1,20%
- Nikkei 225: +1,89%
- Shanghai SE Comp.: -0,10%
- MSCI EM: +1,94%
- Dollar Index: +0,15%
- Yield 10 anos: -2,44bps a 4,282%
- Bitcoin: +5,44% a US$ 92.833
Commodities
- Petróleo: commodity sobe com sanções ao Irã e dados de estoque americano. O Brent para junho atingiu o maior nível desde 4/4 na sessão e há pouco subia 0,99%, a US$ 68,11, enquanto o WTI para junho subia 1,08%, a US$ 64,36.
- Minério de ferro: fechou em alta de 2,11% em Dalian na China, cotado a US$ 99,83/ton. Em Singapura, os contratos futuros estão em alta de 1,57%, cotados a US$ 100,20/ton, enquanto no mercado à vista a alta é de 0,40%, cotado a US$ 100,25/ton.
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Cenário internacional
Nesta terça-feira, o Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou um novo relatório com as estimativas para o crescimento econômico global em 2025 e 2026. Na primeira projeção que considera os impactos das tarifas comerciais, o FMI reduziu a previsão para o PIB global de 3,3% para 2,8%.
Para os Estados Unidos, a expectativa é de uma queda de 0,9 ponto percentual em 2025 e de 0,6 ponto percentual em 2026, com a maior economia do mundo avançando 1,8% e 1,7%, respectivamente. No caso da China, é projetado um crescimento de 4% em ambos os anos, representando revisões negativas de 0,6 e 0,5 ponto percentual, respectivamente.
Cenário nacional
Para o Brasil, o FMI reduziu levemente (0,2%) as projeções de crescimento do Brasil para 2% em 2025 e também em 2026
Entre os destaques na agenda política e econômica estão a participação do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo nas reuniões entre o FMI e o Banco Mundial.
Nesta quarta, também é esperada uma reunião entre o presidente Lula, o presidente da Câmara, Hugo Motta e líderes partidários, antes da comitiva que partirá para o Vaticano amanhã, para acompanhar o funeral do Papa Francisco.
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Destaques no mercado corporativo
- JBS (JBSS3): Conselho convocou AGE para 23/5, após aprovação da SEC, para decidir sobre dupla listagem na NYSE e B3; decisão depende também da CVM e do voto dos minoritários; se aprovada, a estreia nos EUA será em junho.
- GPA (PCAR3): Grupo de acionistas com 1,79% do capital indicou Rodolfo Costa Neves Francisco como candidato ao Conselho de Administração, em eleição marcada para 5/5.
- Embraer (EMBR3): Encerrrou o 1º trimestre com carteira de pedidos recorde de US$ 26,4 bilhões e entregou 30 aeronaves, alta de 20% na comparação anual.
- RD Saúde (RADL3): Aprovou dividendos adicionais de R$ 104 milhões (R$ 0,0607 por ação), com pagamento até 30/5 e data ex em 30/4.
- Vivara (VIVA3): Aprovou distribuição de R$ 155,1 milhões em dividendos (R$ 0,6601 por ação), com pagamento até 22/5 e data ex em 23/4.
- Allos (ALOS3): Corrigiu valor por ação dos dividendos intercalares para R$ 0,1016, devido à recompra de ações; pagamento em 6/5.
- Agrogalaxy (AGXY3): Teve prejuízo líquido ajustado de R$ 292,4 milhões no 4º trimestre e Ebitda negativo de R$ 206,3 milhões, revertendo lucro e Ebitda positivos do ano anterior.
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