O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, afirmou nesta quarta-feira (16), durante evento no Clube Econômico de Chicago, que as tarifas de importação de Trump podem frear o combate à inflação, estabelecendo um “cenário desafiador”.
Em suas falas, Powell alertou que os efeitos inflacionários das tarifas podem ser mais persistentes do que o esperado. O aumento das importações no primeiro trimestre, por exemplo, foi causado pela antecipação de compras, antes da entrada em vigor de novas tarifas.
Essa movimentação eleva a demanda a curto prazo, pressionando os preços e dificultando o trabalho do Fed em ancorar as expectativas de inflação — ou seja, garantir que os agentes econômicos continuem projetando uma inflação dentro da meta no longo prazo.
A inflação segue acima da meta de 2% ao ano definida pelo Fed. Para Powell, caso o cenário se deteriore, a autoridade monetária analisará a distância de cada uma das metas — inflação e emprego — e os diferentes prazos necessários para atingi-las.
Crescimento e mercado de trabalho
Apesar das incertezas, o presidente do Fed avaliou que a economia americana continua sólida. O crescimento mostra sinais de desaceleração, mas ainda é positivo. A taxa de desemprego permanece estável e o crescimento dos salários vem se moderando, o que pode contribuir para reduzir a pressão inflacionária.
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Reação dos mercados
As declarações de Powell impactaram imediatamente os mercados. As bolsas americanas acentuaram perdas após o discurso:
- Dow Jones: -1,77%
- S&P 500: -2,56%
- Nasdaq: -3,38%
Incertezas no horizonte
Powell destacou que o Fed ainda não sabe por quanto tempo as tarifas permanecerão em vigor, nem qual será a extensão total de seus efeitos.
Além disso, lembrou que, após a pandemia, houve escassez de semicondutores que elevou os preços dos carros — um exemplo de como choques externos podem gerar inflação persistente.
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Por fim, o presidente afirmou que a autoridade monetária está “bem posicionada para esperar por mais clareza antes de fazer mudanças” e que, se necessário, está preparada para fornecer liquidez (dólares) a bancos centrais estrangeiros.
