Em uma conferência global sobre energia ocorrida em Sidney, nesta terça-feira (12), a IEA (International Energy Agency) sinalizou que estamos caminhando para a pior crise energética global já vista, devido aos impasses na distribuição de gás natural e petróleo por causa da guerra no leste europeu.
“O mundo nunca testemunhou uma crise energética tão grande em termos de profundidade e complexidade” disse Fatih Birol, diretor executivo da IEA.
No dia 24 de fevereiro, as tropas Russas invadiram o território Ucraniano pela primeira vez em 2022, deste modo, dando início à um confronto armado entre os dois países, mas em pleno século XXI, uma batalha não é feita só de mísseis e bombas, o conflito entre eles também deu início a um outro tipo de guerra, a guerra econômica entre Putin e os demais países do Ocidente.
Em maio deste ano a empresa russa Gazprom suspendeu o fornecimento de gás à Europa por meio da interrupção no gasoduto da Polônia, sanções foram impostas com o objetivo de fragilizar as autoridades europeias e aumentar ainda mais a pressão sobre o seu mercado energético. Cerca de 40% de todo gás consumido no continente europeu é originado na Rússia.
Diante dessa dificuldade, muitos países, como Alemanha e Bélgica, estão correndo para diminuir sua dependência dos gasodutos russos, já que mais de 50% da calefação das residências dependem do gás, ainda mais com o rigoroso inverno europeu a caminho.
Nesta segunda-feira (11), também se deu início à manutenção do principal gasoduto que fornece energia para países do oeste europeu, o Nord Stream 1, com previsão de interrompimento dos fluxos por 10 dias, existe apreensão por parte de governos, empresas e mercados, pois existe a possibilidade das obras serem estendidas devido aos conflitos da guerra.
Ao final de junho, a Gazprom, principal fornecedora de gás da Europa, reduziu em 60% o fluxo de combustível para o continente, assim, fazendo com que países como Alemanha, Itália e Áustria voltassem a utilizar um combustível muito mais poluente, o carvão mineral.
Uma saída para essa enrascada é buscar alternativas de outras fontes de energia, para que assim, diminuam sua dependência de combustíveis fósseis, disse a secretária de energia dos EUA, Jennifer Granholm.
“Nossa mudança para energia limpa globalmente pode ser o maior plano de paz de todos”, disse ela. “Queremos e precisamos nos mudar para limpar.”
Imagem: Piqsels