O dólar fechou esta segunda-feira (5) em alta de 0,62% frente ao real, cotado a R$ 5,69, contrariando o movimento global de queda da moeda americana, pressionado pela forte baixa do petróleo e pela alta das taxas dos Treasuries — os títulos públicos dos Estados Unidos.
Em entrevista ao Estadão Broadcast, Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, disse que as moedas latino-americanas foram as mais impactadas, puxadas pelo recuo do petróleo.
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A queda da commodity veio após a Opep+, grupo que reúne grandes países produtores, confirmar que aumentará sua produção a partir de junho. Com menos restrição na oferta, a expectativa é de maior disponibilidade de petróleo no mercado global, pressionando os preços para baixo.
Outro fator de peso foi o desempenho mais forte do setor de serviços dos Estados Unidos. O índice PMI (Purchasing Managers’ Index, ou Índice de Gerentes de Compras), medido pelo ISM (Instituto para Gestão de Oferta), subiu de 50,8 em março para 51,6 em abril. A leitura acima de 50 indica expansão da atividade.
Esse dado, somado ao payroll — relatório de emprego divulgado na sexta-feira — reforça a percepção de que a economia americana segue resiliente, reduzindo as chances de corte de juros no curto prazo.
Expectativa para o Fed
O Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, anuncia sua decisão de política monetária na quarta-feira (7). A maioria dos analistas espera manutenção da taxa básica de juros entre 4,25% e 4,50%.
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No entanto, os dados recentes do mercado de trabalho e de atividade podem levar o Fed a adotar uma postura mais cautelosa, sem sinalizar cortes no curto prazo.
Copom também decide juros nesta semana
No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) também se reúne na quarta-feira — movimento que também deve mexer com o dólar. Das 59 instituições consultadas pela Projeções Broadcast, 56 esperam uma alta de 0,50 ponto percentual na Selic, para 14,75% ao ano.