O Bradesco (BBDC4) registrou lucro líquido recorrente de R$ 5,864 bilhões no primeiro trimestre de 2025, alta de 39,3% em relação ao mesmo período de 2024 e avanço de 8,6% frente ao quarto trimestre do ano passado.
O resultado divulgado nesta quarta-feira (7) foi impulsionado pela expansão da margem financeira líquida — diferença entre as receitas com juros e as provisões para perdas — que cresceu 30,6% no ano, alcançando R$ 9,591 bilhões. O banco também reduziu suas despesas administrativas em 4%, totalizando R$ 5,265 bilhões.
Os números surpreendentes fizeram com que os papéis ordinários e preferenciais do banco disparassem no Ibovespa, logo após a abertura. Às 10h30, as ações ordinárias (BBDC3) subiam 12,43%, aos R$ 13,21, enquanto os preferenciais (BBDC4), avançam 12,58%, aos R$ 14,68.
Mercado vê números do Bradesco como positivos
O resultado sólido foi considerado como positivo pelo mercado, com bancos reforçando a recomendação de compra para os papéis da companhia. O Citi destacou o crescimento orgânico de receitas como sinal de uma possível melhoria estrutural nos resultados.
“O Bradesco entregou tendências sólidas de receita, qualidade de ativos sob controle e boa posição de capital”, escreveu a equipe liderada por Gustavo Schroden. O Citi tem recomendação neutra para as ações PN do Bradesco, com preço-alvo de R$ 13,60, 4,3% acima do último fechamento.
O Safra também considerou o balanço positivo. Segundo o analista Daniel Vaz, o banco superou as estimativas em 8%, com desempenho superior em seguros e margem financeira. A instituição projeta revisão positiva nas expectativas de lucro para o ano e mantém recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 14.
Principais linhas do balanço
A margem com clientes, que reflete os ganhos com operações de crédito, subiu 15,5% em um ano, para R$ 16,771 bilhões. No resultado total, a margem financeira bruta cresceu 13,7%, para R$ 17,233 bilhões.
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A carteira de crédito totalizou R$ 1,005 trilhão ao fim de março, crescimento anual de 12,9%. As operações com pessoas jurídicas puxaram esse resultado, com avanço de 18,7%. Entre as linhas com maior expansão estão o crédito pessoal (+15,8%) e o financiamento imobiliário (+17,9%).
Ao final do trimestre, 57% da carteira de crédito contava com algum tipo de garantia, contra 54% um ano antes.
A inadimplência da carteira acima de 90 dias caiu para 4,1%, redução de 0,9 ponto percentual em um ano. Entre micro, pequenas e médias empresas, o índice recuou para 4,3%. Para pessoas físicas, foi de 5,1%, queda de 0,4 ponto. Entre grandes empresas, a taxa ficou em 0,3%.
Com a adoção do IFRS 9, que classifica os créditos entre os estágios 1, 2 e 3 (sendo o 3 o mais crítico), o Bradesco informou que apenas 8% da carteira estava no estágio 3 em março, frente a 9,9% no mesmo mês de 2024.
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Receita com serviços e foco em risco
As receitas com serviços subiram 10,2%, alcançando R$ 9,769 bilhões, com destaque para cartões e banco de investimento. O presidente do Bradesco, Marcelo Noronha, afirmou que o foco da instituição é manter a rentabilidade com qualidade nas novas carteiras de crédito.
“O crescimento das receitas foi a principal razão de melhora da nossa rentabilidade”, disse Noronha. Segundo ele, mesmo com menor apetite a risco, o banco conseguiu fazer bons negócios, com foco em operações com garantias e maior retorno ajustado ao risco (RAR).