A Alphabet, dona do Google, revelou recentemente que sua receita com inteligência artificial (IA) superou os ganhos obtidos com anúncios no YouTube no primeiro trimestre de 2025.
O Google Cloud, que concentra as ferramentas de inteligência artificial da companhia e de seus clientes, faturou US$ 12,2 bilhões no primeiro trimestre de 2025 — um crescimento de 28% sobre o mesmo período em 2024.
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Esse avanço garantiu um lucro operacional (receita menos despesas) de US$ 2,1 bilhões, revertendo os prejuízos anteriores da área, que até 2022 ainda operava no vermelho.
No novo episódio do podcast Ligando os Pontos, Marcos de Vasconcellos, CEO do Monitor do Mercado, analisa como a IA deixou de ser promessa e virou realidade lucrativa para as gigantes da tecnologia. Confira:
Integração com o ambiente
A estratégia do Google tem sido incorporar a inteligência artificial de forma quase imperceptível aos seus produtos mais usados. Um exemplo é o recurso chamado AI Overviews — resumos automáticos gerados por IA que aparecem nos resultados de busca. Ele já alcança 1,5 bilhão de usuários por mês.
O movimento também é observado em outras gigantes do setor. A Microsoft tem ampliado o uso do Copilot no pacote Office 365, e a Amazon aplica IA em diversas etapas da operação, incluindo recomendação de produtos, gestão de estoque e logística.
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O custo energético da IA
Apesar da rentabilidade, a operação dos modelos de IA exige grande infraestrutura computacional, gerando alto consumo de energia. A Agência Internacional de Energia estima que data centers, criptomoedas e aplicações de IA tenham consumido 460 terawatts-hora (TWh) de eletricidade em 2022 — cerca de 2% da demanda global.
Para 2026, a projeção é que esse consumo ultrapasse os 800 TWh, mais do que todo o consumo anual da Alemanha.
Dessa forma, a busca por eficiência energética tornou-se parte da estratégia das big techs. A Microsoft está investindo em data centers movidos por fontes renováveis. O Google, além de usar energia limpa, adota técnicas de resfriamento com água subterrânea, como já faz na Finlândia.
A tendência é que a vantagem competitiva no setor venha não apenas da performance da IA, mas também da capacidade de operar os sistemas com menor custo energético.