A proposta do governo federal de tributar em 5% os rendimentos de LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) vem aumentando a busca por ativos alternativos no Brasil, movimento que em Wall Street é chamado de era de ouro dos ativos alternativos.
Esses ativos possuem baixa correlação com o mercado financeiro tradicional e são ligados à economia real. Em destaque como alternativa às letras de crédito estão os royalties musicais, precatórios, obras de arte e determinados ativos imobiliários.
Caso aprovada pelo Congresso, a Medida Provisória (MP) entrará em vigor em 2026 e deve encerrar um dos principais atrativos dos LCIs e LCAs: a isenção de Imposto de Renda para pessoas físicas.
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Alternativas a LCIs e LCAs ganham protagonismo
Com a perspectiva de menor rentabilidade líquida nas LCIs e LCAs, cresce o interesse dos investidores por ativos alternativos que, entre os principais atrativos, seguem regras próprias, não sofrem impacto direto da política monetária ou das medidas fiscais.
Entre os exemplos de ativos alternativos estão:
- Royalties musicais: geram renda com base na execução de músicas em plataformas de streaming, rádios, TVs e outros canais.
- Precatórios: títulos de dívida do governo emitidos após decisões judiciais, que podem ser negociados com desconto.
- Obras de arte e ativos imobiliários: com dinâmicas próprias de precificação e menor sensibilidade a juros e câmbio.
Segundo Arthur Farache, CEO da Hurst Capital, esses investimentos devem apresentar uma rentabilidade média de 21% ao ano.
“Com base nessa média, um aporte de R$ 10 mil renderia R$ 2,1 mil ao ano, consolidando uma diferença relevante na estratégia de alocação. É claro que se trata da média, há opções com maior e menor rentabilidade, mas, em geral, ativos reais dão retornos mais consistentes”, afirma Farache.
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Principais aspectos das LCIs e LCAs
As LCIs e LCAs são títulos de renda fixa emitidos por instituições financeiras para financiar os setores imobiliário e do agronegócio. Elas oferecem rentabilidade atrelada a indicadores como o CDI (Certificado de Depósito Interbancário), com o benefício adicional da isenção de imposto.
Atualmente, os rendimentos desses papéis variam conforme o banco emissor e o tipo de indexação. Por exemplo, uma LCI que rende 90% do CDI — atualmente em 14,65% ao ano — gera um retorno mensal de R$ 109,87 e anual de R$ 1.318,44 para um investimento de R$ 10 mil.
Com a nova alíquota de 5% sobre os rendimentos, o ganho líquido cairia para R$ 104,38 por mês e R$ 1.252,52 por ano. Isso representa uma perda acumulada de R$ 659 ao longo de 12 meses, o que pode reduzir a atratividade desses produtos para o investidor pessoa física.
Riscos e liquidez dos ativos alternativos
Apesar da atratividade em termos de retorno, os ativos alternativos têm menor liquidez. Diferente de muitas LCIs e LCAs, que permitem resgates diários após um período de carência, esses investimentos podem exigir prazos maiores de permanência.
Além disso, não contam com a cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que oferece proteção de até R$ 250 mil por CPF em investimentos bancários tradicionais.
Dessa forma, o investidor deve avaliar com mais cautela o risco envolvido, a solidez do emissor e a estrutura do ativo.
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Diversificação de ativos como estratégia
A recomendação de especialistas é que investidores não abandonem completamente as LCIs e LCAs, mas repensem a alocação dos seus recursos. A diversificação pode ser uma forma eficiente de mitigar impactos tributários e ampliar o potencial de retorno.
Farache reforça que investir em ativos alternativos aumenta a resiliência das carteiras e contribui para elevar a rentabilidade total, citando o estudo Long-Term Capital Market Assumptions (LTCMA), do banco JP Morgan.
De acordo com o relatório, uma carteira padrão de 60% em ações e 40% em renda fixa deve ter uma rentabilidade esperada de 7% ao ano nos próximos 10 a 15 anos, em dólares.
No entanto, o acréscimo de 25% de ativos alternativos pode elevar esse retorno em 60 pontos-base e melhorar o índice de Sharpe em 12%, aumentando a relação entre risco e retorno da carteira.