O Benefício de Prestação Continuada (BPC) representa uma importante política pública de assistência social no Brasil, garantindo um salário mínimo mensal a idosos com mais de 65 anos e pessoas com deficiência que comprovem baixa renda. Em 2025, uma proposta legislativa busca ampliar o alcance desse benefício, oferecendo um adicional de 25% para quem necessita de apoio permanente em suas atividades diárias.
Essa iniciativa surge diante da constatação de que muitos beneficiários do BPC enfrentam despesas elevadas com cuidadores, valor que o benefício atual não cobre integralmente. O projeto de lei apresentado pelo senador Romário (PL-RJ) propõe uma alteração na Lei Orgânica da Assistência Social (Loas), visando equiparar o tratamento dado aos beneficiários do BPC ao previsto para aposentados por incapacidade permanente na Previdência Social.
Como funciona o BPC e quem tem direito ao benefício?

O BPC é destinado a dois grupos principais: idosos a partir de 65 anos e pessoas com deficiência, ambos em situação de vulnerabilidade social. Para ter acesso ao benefício, é necessário comprovar renda familiar per capita inferior a um quarto do salário mínimo vigente. O valor do benefício, atualmente fixado em R$ 1.518, não inclui décimo terceiro salário e não exige contribuição prévia ao INSS.
Além do critério de renda, pessoas com deficiência precisam passar por avaliação médica e social para atestar a necessidade do benefício. O objetivo é garantir que o suporte financeiro chegue àqueles que realmente dependem desse auxílio para suprir necessidades básicas, como alimentação, moradia e cuidados pessoais.
O que prevê o adicional de 25% para beneficiários do BPC?
A proposta de acréscimo de 25% ao BPC é direcionada a quem necessita de assistência permanente para realizar atividades cotidianas, como higiene, alimentação e locomoção. O adicional, estimado em R$ 379, busca aliviar os custos com cuidadores, que muitas vezes ultrapassam o valor do benefício. Segundo estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), cerca de 900 mil pessoas, ou 15% dos beneficiários do BPC, demandam esse tipo de apoio contínuo.
O projeto de lei PL 4.680/2024 propõe que esse acréscimo seja incorporado ao valor do benefício, seguindo modelo já adotado pela Previdência Social para aposentados por incapacidade permanente. A medida reconhece a necessidade de suporte adicional para famílias que, frequentemente, precisam abrir mão de outras fontes de renda para cuidar de seus membros dependentes.
Quais são os impactos e próximos passos do projeto de lei?
O impacto financeiro estimado da proposta é de R$ 341 milhões mensais no orçamento da Seguridade Social. Esse valor considera o número de beneficiários que demandam assistência permanente e o adicional previsto. A expectativa é que o acréscimo contribua para mitigar a sobrecarga financeira enfrentada por famílias que já vivem em situação de vulnerabilidade.
- Reconhecimento da necessidade de cuidadores: Muitos cuidadores são familiares que deixam empregos para prestar assistência, o que pode comprometer a renda da família.
- Equiparação de direitos: O projeto busca alinhar o tratamento dos beneficiários do BPC ao dos aposentados por incapacidade permanente.
- Tramitação legislativa: O PL 4.680/2024 aguarda análise nas comissões do Senado e, se aprovado, seguirá para a Câmara dos Deputados.
Como solicitar o adicional caso a proposta seja aprovada?
Se o projeto for transformado em lei, os beneficiários do BPC que necessitam de assistência permanente deverão apresentar documentação e passar por avaliação específica para comprovar a necessidade do acréscimo. O processo deverá ser regulamentado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), responsável pela operacionalização do benefício.
- Solicitação formal do adicional junto ao INSS.
- Apresentação de laudos médicos e documentos que comprovem a necessidade de apoio contínuo.
- Avaliação por equipe multiprofissional, conforme critérios estabelecidos em regulamento.
- Concessão do adicional, caso atendidos os requisitos.
O debate sobre o acréscimo de 25% ao BPC evidencia a importância de políticas públicas voltadas à proteção social de pessoas em situação de vulnerabilidade. A proposta, ao reconhecer a necessidade de assistência permanente, busca garantir maior dignidade e segurança para milhares de famílias brasileiras.