Apesar das fortes movimentações no mercado, o dólar operou de lado nesta semana, influenciado pela cautela dos investidores frente a uma combinação de diversos fatores. O dólar futuro, que vinha em queda desde abril, passou a estabilizar entre R$ 5,48 e R$ 5,52.
Houve a trégua da guerra no Oriente Médio, à ata do Comitê de Política Monetária (Copom), os sinais emitidos pelo Federal Reserve (Fed) e as movimentações do Banco Central (BC) sobre o câmbio.
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O principal ponto foi o sinal de desescalada militar entre Irã, Israel e Estados Unidos. O Oriente Médio é estratégico para o fornecimento global de petróleo e costuma gerar reações no câmbio quando há risco de conflito.
Normalmente, em momentos de tensão, investidores adotam uma postura risk-off, ou seja, evitam ativos considerados arriscados — como ações e moedas de países emergentes — e buscam segurança no dólar. No entanto, a recente calmaria reduziu a pressão altista sobre a moeda norte-americana.
Em novo vídeo no canal do Monitor do Mercado, a trader Luana Pires explica, de forma clara e estratégica, os 5 fatores que travaram o dólar. Confira:
Copom sinaliza juros altos por mais tempo
A ata da última reunião do Copom reforçou uma postura conservadora do BC. Mesmo com sinais de desaceleração da inflação, a autoridade monetária indicou que não há pressa para reduzir a Selic.
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A manutenção dos juros em patamares elevados pode continuar atraindo capital estrangeiro para o Brasil, já que os rendimentos por aqui seguem mais atrativos do que em países desenvolvidos. No entanto, como essa decisão era amplamente esperada, o impacto no mercado foi limitado.
BC age no câmbio
Com a volatilidade começando a subir, o Banco Central realizou dois movimentos importantes:
- Um leilão de dólar à vista, que injeta liquidez no mercado e ajuda a conter picos de valorização.
- Um leilão de swap reverso, instrumento que atua no mercado futuro e serve como uma forma de oferta de dólares, contribuindo para equilibrar os preços.
Essas ações visam evitar movimentos bruscos no câmbio, especialmente em semanas de agenda carregada de indicadores.
Queda do petróleo
A cotação do petróleo Brent caiu mais de 7% com o alívio nas tensões geopolíticas. A queda do petróleo ajuda a reduzir a pressão inflacionária global, o que pode dar margem para o Fed considerar futuros cortes de juros — embora com cautela.
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Fed adota tom conservador
Dirigentes do Federal Reserve reforçaram, em discursos recentes, que ainda é cedo para iniciar cortes de juros. A diretora Michelle Bowman afirmou que os dados não são suficientes para declarar vitória sobre a inflação.
Essa sinalização esfriou as apostas de corte já em julho nos EUA, mantendo o dólar mais estável no cenário global.
Agenda econômica pode trazer volatilidade ao dólar
Os investidores devem ficar atentos aos seguintes indicadores nos próximos dias:
- Quinta-feira (27)
- 9h: IPCA-15 (Brasil);
- 9h30: Bens duráveis (EUA).
- Sexta-feira (28)
- 9h: Taxa de desemprego (Brasil);
- 9h30: PCE (EUA) — principal índice de inflação observado pelo Fed.