Nos últimos anos, o chamado golpe do celular clonado ganhou destaque no Brasil, afetando usuários dos mais diferentes perfis. Trata-se de uma prática criminosa na qual fraudadores conseguem acessar o número da linha telefônica de uma pessoa para invadir aplicativos financeiros e contas em redes sociais. O método evoluiu rapidamente, considerando-se o aumento do uso do sistema bancário via smartphones e as múltiplas formas de comunicação online.
A facilidade de comunicação proporcionada pelos dispositivos móveis trouxe também novas vulnerabilidades. Diversos casos foram registrados entre 2023 e 2025, levando autoridades e instituições financeiras a reforçarem orientações sobre segurança digital. A cada nova estratégia dos criminosos, surgem também novas formas de proteção que exigem atenção redobrada por parte dos usuários.
Como funciona o golpe do celular clonado?
O golpe começa geralmente com a obtenção de dados pessoais da vítima, muitas vezes por meio de técnicas de engenharia social ou vazamento de informações na internet. Com esses dados, os golpistas conseguem solicitar a transferência do número telefônico para outro chip, processo chamado de “SIM swap”. Assim, passam a controlar a linha e conseguem receber mensagens, chamadas e códigos de segurança enviados por bancos e aplicativos.
O acesso ao número permite que o criminoso autorize transações bancárias, redefina senhas e ultrapasse etapas de verificação em diversas plataformas. Redes sociais como Instagram, Facebook e WhatsApp também se tornam vulneráveis a sequestros, pois o invasor poderá redefinir facilmente as credenciais usando o telefone clonado como autenticação principal.

Quais os impactos para quem tem o número do celular clonado?
Quem é alvo desse tipo de fraude pode enfrentar sérios prejuízos financeiros e danos à sua reputação. Transações não autorizadas podem esvaziar contas bancárias ou gerar empréstimos indevidos em nome da vítima. Além disso, ao tomar o controle de redes sociais, os criminosos podem agir em nome do titular do número, aplicando golpes em familiares, amigos ou contatos profissionais.
Além das perdas materiais, há ainda problemas relacionados à privacidade e à exposição indevida de informações pessoais. Muitos relatos apontam para tentativas de extorsão ou chantagem após a apropriação de conversas privadas ou conteúdos sensíveis.
Quais são as principais formas de prevenção contra esse golpe?
Adotar alguns cuidados básicos pode impedir que o número do celular seja clonado. Utilizar a autenticação em duas etapas, tanto em bancos quanto nas redes sociais, cria uma camada extra de proteção. Sempre que possível, opte por cadastrar um e-mail seguro, além do número de telefone, como forma de recuperação de conta.
É fundamental manter os dados pessoais em sigilo, desconfiando de mensagens ou ligações suspeitas solicitando informações pessoais. Outra medida importante envolve o monitoramento constante das atividades bancárias e das notificações recebidas no celular, reportando imediatamente qualquer movimentação ou alteração suspeita às operadoras e bancos.
O que fazer se perceber que o telefone foi clonado?
Ao perceber sinais de clonagem, a orientação mais eficaz é contatar imediatamente a operadora de telefonia para recuperar o número e informar o ocorrido. Simultaneamente, é essencial avisar os bancos e bloquear momentaneamente o acesso aos aplicativos financeiros instalados no aparelho. Esse procedimento reduz as chances de movimentações fraudulentas em nome da vítima.
Notificar os contatos pessoais e profissionais também se mostra necessário para evitar novos golpes em círculos próximos. Além disso, registrar boletim de ocorrência junto à polícia garante respaldo legal e facilita a investigação do crime.
Como diferenciar uma tentativa de fraude de situações legítimas?
A presença de solicitações incomuns por SMS ou aplicativos, mensagens de redefinição de senha inesperadas e ligações de supostos agentes bancários são indícios frequentes. Em geral, bancos e operadoras não pedem dados pessoais por telefone nem enviam links para atualização via SMS. Essas situações exigem cautela e verificação direta junto aos canais oficiais de atendimento.
Entre as recomendações mais relevantes está a atenção aos detalhes das mensagens recebidas e ao histórico de uso do celular. Solicitações que parecem urgentes, especialmente envolvidas com dinheiro ou informações confidenciais, devem ser analisadas com zelo redobrado. A proteção digital depende da combinação entre tecnologia atualizada e atitudes prudentes no dia a dia.