O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) manteve suas projeções para a produção e exportação de soja e milho do Brasil no ciclo 2025/26, mexendo com o mercado de commodities agrícolas.
Segundo o relatório mensal divulgado nesta sexta-feira (11), a estimativa de produção de milho brasileiro permanece em 131 milhões de toneladas, com exportações projetadas em 43 milhões de toneladas.
Já para a safra atual (2024/25), o USDA elevou a previsão de produção do milho no Brasil de 130 milhões para 132 milhões de toneladas, mantendo os embarques em 43 milhões de toneladas.
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As estimativas do USDA para o milho superam a mediana das projeções de analistas consultados pelo Wall Street Journal, que esperavam uma produção de 122,9 milhões de toneladas para a safra atual.
No caso da soja, a estimativa para 2025/26 foi mantida em 175 milhões de toneladas, com exportações previstas em 112 milhões de toneladas. Para 2024/25, o USDA manteve a produção em 169 milhões de toneladas, mas reduziu a projeção de embarques de 104,5 milhões para 102,1 milhões de toneladas.
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Argentina também tem projeções estáveis
O USDA também manteve a projeção de produção de soja na Argentina em 48,5 milhões de toneladas para o ciclo 2025/26. Para o ciclo 2024/25, a estimativa foi ajustada de 49 milhões para 49,9 milhões de toneladas, em linha com o esperado pelos analistas.
A produção argentina de milho também foi mantida, com destaque para o avanço da colheita, que chegou a 70,4%, superando a média dos últimos cinco anos e ficando à frente do mesmo período da safra anterior.
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Produção e estoques nos EUA
Nos Estados Unidos, a produção de milho foi estimada em 398 milhões de toneladas, com estoques em 42,1 milhões e exportações projetadas em 67,9 milhões de toneladas.
O estoque global de milho recuou para 272 milhões de toneladas, o que pode impactar os preços internacionais do cereal e abrir espaço para o Brasil ampliar sua participação no mercado global.
Reação dos mercados
Logo após a divulgação do relatório, os contratos futuros do milho chegaram a cair, mas apresentaram forte volatilidade e tentaram recuperação ao longo do dia.
Apesar da pressão vinda do exterior, o milho no Brasil subiu, com operadores avaliando que o país pode se beneficiar de políticas protecionistas, como novas tarifas comerciais adotadas por outros países.
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No mercado físico de commodities, o contrato de milho setembro fechou praticamente estável após oscilações acentuadas, enquanto o boi gordo teve queda expressiva, com grande volume de vendas técnicas.