Não conseguiu pagar a fatura inteira do cartão de crédito? A dívida virou uma “bola de neve” com os juros? Saiba que uma nova lei mudou completamente esse cenário para proteger o consumidor.
Este artigo explica de forma direta o novo teto de juros do rotativo. Ele serve como um guia informativo para você entender seus direitos e deveres de maneira clara e rápida.
Lembre-se que as regras podem ter detalhes específicos para cada caso. Por isso, este conteúdo é educacional e não substitui a orientação de um(a) advogado(a) qualificado.
O que exatamente a lei brasileira diz sobre este assunto?

A grande mudança é um teto para os juros do crédito rotativo. Agora, o valor total cobrado de juros não pode mais ultrapassar o valor original da dívida, impedindo que ela cresça indefinidamente.
Essa proteção vem da Lei nº 14.690/2023. A regra, que limita os juros a 100% do valor da dívida, passou a valer em janeiro de 2024 para novos financiamentos no rotativo.
Na prática: se você deve R$ 500 no rotativo, os juros totais não podem passar de R$ 500. Sua dívida máxima, neste caso, chegaria a R$ 1.000, somando o valor original e os encargos.
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Em quais situações práticas este direito se aplica?
O limite vale sempre que você não quita o valor total da fatura. Ele se aplica tanto ao crédito rotativo quanto ao parcelamento do saldo devedor, que é aquele financiamento oferecido pelo banco.
Este é um direito automático para dívidas contraídas a partir de janeiro de 2024. Seu principal dever é conferir na sua fatura mensal se a instituição financeira está aplicando a regra corretamente.
O teto de juros é aplicado nestas situações:
- Quando você paga apenas o valor mínimo da fatura.
- Quando paga um valor entre o mínimo e o total, financiando o restante.
- Quando adere ao parcelamento do saldo devedor oferecido pelo banco.
Quais são os passos para garantir este direito?
O primeiro passo é monitorar sua fatura do cartão de crédito. Verifique sempre a descrição dos encargos, principalmente se você entrou no rotativo, para entender o cálculo dos juros.
Se notar algo errado, contate imediatamente o banco por seus canais oficiais (SAC ou Ouvidoria). Anote e guarde o número de protocolo do atendimento como prova da sua reclamação.
Caso não resolva, registre uma queixa no Banco Central, na plataforma Consumidor.gov.br ou no Procon. O último recurso é buscar os Juizados Especiais Cíveis (Pequenas Causas).
Quais são os erros mais comuns a evitar?
O principal erro é pensar que os juros acabaram. Eles ainda existem e são altos; a lei apenas impôs um limite. Evitar o crédito rotativo continua sendo a melhor decisão financeira.
Outra confusão comum é misturar crédito rotativo com o parcelamento de compra feito direto na loja. A lei do teto de 100% só se aplica ao financiamento da fatura, não às compras parceladas.
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Para não ter problemas, evite estes erros:
- Ignorar que a multa por atraso e o IOF são cobrados à parte do teto.
- Não conferir a fatura todo mês para checar se o banco aplicou a regra.
- Deixar de pagar o valor mínimo, o que gera outras penalidades e negativação.
- Não guardar os números de protocolo de suas reclamações.
Por que esta lei é importante para o seu bolso?
Esta lei é uma ferramenta poderosa contra o superendividamento. Conhecê-la permite que você fiscalize seus direitos e use o crédito com muito mais segurança e controle sobre suas finanças.
Ainda assim, a sua melhor proteção é a disciplina financeira. Use o cartão de crédito com responsabilidade e pague sempre o valor total da fatura, se possível, para evitar qualquer tipo de juros.
Por fim, lembre-se que este guia é informativo. Como as leis podem ser atualizadas e cada caso é único, a consulta com um(a) advogado(a) é indispensável para a correta defesa de seus direitos.









