Após uma sessão anterior praticamente estável, o dólar à vista voltou a registrar alta no mercado doméstico de câmbio nesta quinta-feira (5). Em um cenário marcado pela queda das commodities e pelo fortalecimento da moeda americana em relação às divisas latino-americanas, a cotação variou entre a mínima de R$ 5,1508 e a máxima de R$ 5,1882, encerrando o dia em alta de 0,31% e cotada a R$ 5,1692. Esse valor representa o pico desde 27 de março, quando atingiu R$ 5,2065.
Impacto nos investidores
A formação da taxa de câmbio, com agenda doméstica esvaziada, foi fortemente influenciada pelo ambiente externo. A cautela predomina entre os operadores, especialmente em antecipação ao relatório de empregos (payroll) nos EUA em setembro, que será divulgado amanhã. Este relatório pode influenciar as apostas em relação a uma possível alta adicional da taxa de juros pelo Federal Reserve.
Desdobramentos dos dados econômicos
Os dados do mercado de trabalho americano divulgados recentemente mostraram sinais distintos. Enquanto o relatório Jolts revelou uma abertura de 9,61 milhões de postos de trabalho, superando as expectativas, o relatório ADP indicou que o setor privado criou 89 mil empregos em setembro, abaixo do esperado. O mercado permanece atento às projeções do payroll, que indicam a criação de 175 mil vagas, representando uma desaceleração em comparação com agosto.
Influência dos juros americanos
Especialistas apontam que o mercado de câmbio está sob pressão devido à questão dos juros americanos. A perspectiva de taxas mais altas nos EUA impulsiona o dólar.
Posição do Federal Reserve e comportamento do dólar
A presidente do Federal Reserve de São Francisco, Mary Daly, mencionou que a necessidade de ações adicionais diminui se as condições financeiras permanecerem apertadas. Se o mercado de trabalho desacelerar e a inflação caminhar para a meta, o BC americano pode optar por manter as taxas de juros estáveis, resultando em uma política monetária mais restritiva.
Desempenho das moedas latino-americanas
O dólar avançou em relação a moedas latino-americanas, especialmente em países com juros altos, devido à baixa nas commodities metálicas e ao declínio nas cotações do petróleo.
Imagem: Piqsels