O dólar fechou esta quarta-feira (24) em alta de 0,91%, a R$ 5,33, acompanhando o movimento global de valorização da moeda americana. Investidores ajustaram posições após declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed), que reduziram as apostas em cortes mais agressivos nos juros americanos.
O mercado ainda repercute o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, feito ontem. Powell alertou para riscos inflacionários, apesar da deterioração do mercado de trabalho. Ele destacou que a política monetária não segue uma trajetória predeterminada, mesmo após o corte de 0,25 ponto percentual nos juros da semana passada.
Em entrevista à Fox News, o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, afirmou que Powell deveria ter sinalizado cortes maiores, de até 100 a 150 pontos-base ao longo de 2025 e 2026. Ele também revelou que pretende concluir, até a primeira semana de outubro, a primeira rodada de entrevistas para a substituição de Powell, cujo mandato termina em maio de 2026.
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No exterior, o índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, subiu cerca de 0,60%, chegando a 97,860 pontos. Confira o gráfico DXY (em tempo real):
Questões fiscais pesam sobre o real
O economista-chefe da Análise Econômica, André Galhardo, destacou, em entrevista ao Broadcast, que a arrecadação de agosto veio abaixo do esperado e que declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçaram a percepção de dependência do governo no aumento de receitas, em vez de cortes de gastos, para cumprir as metas fiscais.
Haddad defendeu a isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil e a elevação de tributos em audiência na Câmara dos Deputados. “Essa postura, somada à perda de arrecadação, traz dúvidas sobre as contas públicas em 2026”, afirmou Galhardo.
Além disso, a reunião da comissão mista sobre a Medida Provisória (MP) 1.303, que trata de alternativas ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), foi suspensa.
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A votação do relatório deve ocorrer no dia 30. A MP prevê taxação de 7,5% sobre os rendimentos de Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e do Agronegócio (LCAs), com expectativa de arrecadação de R$ 10,5 bilhões em 2025 e R$ 21,8 bilhões em 2026.