Na ONU, a interação e a possibilidade de uma eventual aproximação entre o presidente norte-americano Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva animaram o mercado e impulsionaram os ativos de risco brasileiros.
A estratégia articulada por Eduardo Bolsonaro teve como efeito colateral reposicionar Lula no cenário político, retirando-o da condição de baixa popularidade em que se encontrava. Pesquisa do Ipesp mostrou que a desaprovação do governo recuou de 51% para 48%. Outros levantamentos apontam Lula como favorito para vencer as eleições de 2026.
No campo fiscal, o 4º Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas indicou novo aumento nos bloqueios orçamentários, provocado pelo crescimento das despesas obrigatórias. O resultado reforça as dificuldades do arcabouço fiscal em conter a expansão dos gastos públicos.
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Nesta sexta-feira (26), o Monitor do Mercado traz mais uma edição do quadro “Semana em 5 Minutos”, resumo semanal direto e sem enrolação assinado por Gil Carneiro.
“Os loucos às vezes se curam, os imbecis nunca” — Oscar Wilde.
Brasil: política e economia
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu elogios de Donald Trump na Assembleia da ONU e foi convidado para um encontro. Lula era o único chefe de governo do G20 que ainda não havia tido contato direto com Trump desde sua posse.
A possível aproximação reduz o risco de sanções generalizadas contra a economia brasileira, além de diminuir a força da ala mais radical da oposição, liderada por Eduardo Bolsonaro. Esse movimento pode dificultar o surgimento de uma candidatura de centro-direita moderada em 2026.
No cenário eleitoral, Jair Bolsonaro declarou apoio ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, segundo o portal Metrópoles. A informação foi confirmada por União Brasil e PP. A estratégia seria transferir os votos do bolsonarismo, mas com discurso mais moderado. No entanto, de acordo com o Poder360, Tarcísio deve comunicar ao ex-presidente que pretende disputar apenas a reeleição em São Paulo.
No campo fiscal, o Tribunal de Contas da União (TCU) reiterou que a estratégia do governo de perseguir o limite inferior da meta de resultado primário, em vez do centro da meta, viola o Arcabouço Fiscal.
Já no Congresso, a Câmara aprovou projeto que exclui despesas temporárias de saúde e educação do limite fiscal. No Senado, emenda na MP Brasil Soberano retirou quase R$ 10 bilhões de apoio aos empresários.
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Inflação e juros
O IPCA-15, prévia da inflação oficial, avançou 0,48% em setembro, após deflação de 0,14% em agosto. O resultado veio abaixo da expectativa de 0,51%. Alimentos registraram queda pelo quarto mês seguido, serviços mostraram desaceleração e os núcleos da inflação seguiram em queda — fatores avaliados como positivos pelo mercado.
A ata do Copom manteve tom conservador. O Banco Central destacou que o processo de reancoragem das expectativas de inflação “exige perseverança, firmeza e serenidade”. A Selic permanece em 15% ao ano, sem indicação de início de cortes.
EUA: dados reforçam resiliência econômica
Os indicadores econômicos divulgados na semana reforçaram a força da atividade nos Estados Unidos. Os PMIs da indústria e de serviços recuaram levemente em setembro, mas ficaram acima de 52 pontos, nível que indica expansão.
Os pedidos de bens duráveis surpreenderam com alta de 2,9% em agosto, revertendo a queda de 2,7% em julho. As solicitações de auxílio-desemprego caíram para 218 mil, abaixo da projeção de 233 mil.
O PIB do segundo trimestre foi revisado de -0,5% para +3,8%. Já o índice PCE, medida de inflação preferida pelo Federal Reserve (Fed), registrou alta de 0,2% no mês e 2,9% em 12 meses, dentro das expectativas.
Os dados colocam em dúvida a possibilidade de novo corte de juros em outubro, após o Fed reduzir a taxa em 0,25 ponto percentual na semana passada.
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Mercados: semana de balanço
Nos Estados Unidos, as grandes empresas de tecnologia continuam impulsionando o S&P 500 e o Nasdaq, com ganhos apoiados pelo avanço da inteligência artificial. Outros setores enfrentam cenário mais desafiador.
Levantamento da Universidade de Yale mostrou que 71% dos CEOs relatam prejuízos com a política tarifária de Donald Trump.
A OCDE projetou desaceleração no crescimento dos EUA: de 2,8% em 2024 para 1,8% em 2025 e 1,5% em 2026. Globalmente, a estimativa de expansão do PIB é de 3,2% em 2024, caindo para 2,9% em 2026.
O presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que a economia americana segue desafiadora, com inflação ainda elevada e sinais de enfraquecimento do mercado de trabalho. Segundo ele, os próximos passos dependerão do comportamento dos indicadores.