Criminosos estão criando anúncios falsos de aluguel (anual ou temporada) em sites e redes sociais, usando fotos de imóveis reais para enganar interessados. Usando engenharia social e a urgência da vítima em encontrar um local, eles exigem um Pix adiantado como “sinal” ou “reserva”.
Como os golpistas criam o anúncio perfeito?
Os golpistas copiam fotos, descrições e até mesmo a localização de anúncios legítimos, muitas vezes retirados de sites de imobiliárias ou plataformas como Airbnb e Booking. Veremos hoje, 31/10, que o anúncio é montado para parecer profissional e extremamente atraente.
O preço é a principal “isca”: o valor pedido é sempre abaixo do valor de mercado da região. Isso cria um falso senso de “oportunidade imperdível” e atrai um grande número de vítimas em pouco tempo, gerando a urgência que o criminoso precisa.
Os anúncios fraudulentos são publicados em plataformas de alta visibilidade, como OLX, Zap Imóveis, grupos de Facebook ou disparados em massa pelo WhatsApp. Nesses locais, a fiscalização inicial pode ser mais lenta, permitindo que o golpe fique no ar por tempo suficiente.

Qual é a principal tática para conseguir o dinheiro?
A tática central é a pressão por urgência. Assim que a vítima demonstra interesse (geralmente entrando em contato por WhatsApp), o golpista alega que “há muitos outros interessados” e que “vai alugar rápido”.
Para “garantir a reserva” ou “segurar o imóvel” para a vítima, o criminoso exige um pagamento adiantado. Ele solicita um “sinal”, “caução” ou “taxa de reserva” a ser pago imediatamente, quase sempre via Pix, para uma conta de pessoa física.
O golpista evita ou proíbe uma visita presencial ao imóvel. As desculpas mais comuns são: “estou viajando com a chave”, “o inquilino atual não pode receber visitas” ou “o imóvel está fechado, mas se você não pagar o sinal agora, vai perder para outro”.
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Quais são os sinais de alerta que todos ignoram?
O preço muito baixo é o principal sinal vermelho. Em mercados imobiliários, não existem milagres; desconfie sempre de ofertas que parecem boas demais para ser verdade.
A recusa em permitir uma visita física é um bloqueador de negócio. Nunca transfira qualquer valor antes de visitar o imóvel pessoalmente, verificar a documentação e confirmar que a pessoa que está alugando é, de fato, a proprietária ou sua representante legal.
Fique atento a estes sinais claros de fraude:
- Pressa excessiva do “proprietário” para receber o Pix.
- Comunicação evasiva, respostas vagas ou erros de português.
- Pedido de Pix para um CPF de terceiro, que não bate com o nome do suposto dono.
- Recusa em enviar a matrícula atualizada do imóvel ou um contrato para análise prévia.

Como posso verificar se o anúncio é legítimo?
A visita presencial é insubstituível. Exija ver o imóvel por dentro e por fora. Se o proprietário alegar estar em outra cidade, peça uma videochamada ao vivo, na qual ele deve mostrar o local em tempo real.
Jogue as fotos do anúncio no Google Imagens (usando a busca reversa). Isso frequentemente revela se as fotos foram roubadas de outro anúncio, seja de uma imobiliária, de um site de temporada ou até mesmo de um banco de imagens.
Sempre desconfie de negociações feitas 100% por WhatsApp. Procure por imobiliárias estabelecidas e registradas no CRECI (Conselho Regional de Corretores de Imóveis) ou utilize plataformas que ofereçam garantias.
| Sinal Vermelho (Golpe) | Verificação Segura (Realidade) |
| “Deposite o sinal agora ou vai perder, tem fila.” | Um locador legítimo agenda uma visita antes de falar em dinheiro. |
| “Não posso mostrar o imóvel, estou viajando.” | Nunca pague sem visitar. A videochamada ao vivo é o mínimo aceitável. |
| “O Pix é no CPF do meu primo/sócio.” | O pagamento deve ser feito ao proprietário (confirmado na matrícula) ou à imobiliária. |
Paguei o sinal falso, como agir nos primeiros 10 minutos?
Se você fez um Pix, o tempo é crucial. Entre em contato imediatamente com o seu banco, informe que foi vítima de uma fraude e solicite a abertura de um MED (Mecanismo Especial de Devolução) para tentar bloquear os valores na conta de destino.
Reúna todas as provas que você tiver. Tire prints de toda a conversa no WhatsApp ou plataforma, salve o anúncio falso (ou o link dele), guarde o comprovante do Pix e anote todos os dados do beneficiário (nome, CPF, banco).
É fundamental registrar a fraude legalmente para proteger seus direitos e ajudar na investigação.
- Faça um Boletim de Ocorrência (B.O.) online imediatamente.
- A Delegacia Eletrônica da Polícia Civil do seu estado permite o registro de estelionato digital.
- Registre também uma reclamação nos portais de defesa do consumidor, como o Consumidor.gov.br, e na plataforma onde o anúncio foi veiculado.









