A Vale (VALE3) registrou lucro líquido proforma (que exclui certos custos) de US$ 2,744 bilhões no terceiro trimestre, um aumento anual de 78%. O resultado da mineradora foi o melhor em 2025, e teve a alta do minério de ferro, melhora operacional e redução de custos, como principais influências.
O Ebitda ajustado somou US$ 4,369 bilhões, alta de 21% em um ano e 29% em relação ao segundo trimestre. Já o Ebitda proforma chegou a US$ 4,399 bilhões, avanço de 17% na base anual.
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A receita líquida subiu para US$ 10,42 bilhões, crescendo 9% em 12 meses e 18% frente ao trimestre anterior.
Nesta manhã, os papéis VALE3 operam em alta de 2,19%, aos R$ 65,21, figurando entre as cinco maiores altas do Ibovespa — que sobe 0,34%, acima dos 149 mil pontos. O mercado se animou devido a possibilidade de dividendos extraordinários serem distribuídos.
Em coletiva na manhã desta sexta-feira (31), vice presidente executivo da Vale, Marcelo Bacci, afirmou que não podem antecipar, mas há a possibilidade de dividendos extraordinários em breve.
Geração de caixa recorde e dívida menor
A mineradora reportou fluxo de caixa livre de US$ 2,568 bilhões, cifra 337% maior que a do mesmo período de 2024. O resultado foi impulsionado por US$ 1 bilhão recebidos na conclusão da transação da Aliança e US$ 1,6 bilhão de fluxo recorrente.
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Com isso, a dívida líquida expandida recuou para US$ 16,64 bilhões, queda de US$ 800 milhões na comparação trimestral. A Vale reforçou que seu alvo de endividamento segue entre US$ 10 bilhões e US$ 20 bilhões, faixa considerada saudável para manter distribuição de dividendos.
O BTG Pactual avalia que o desempenho reforça a expectativa de proventos extraordinários ainda em 2025, diante do forte caixa e da redução de passivos. “Acreditamos que é apenas uma questão de tempo para um anúncio de dividendos”, afirmaram os analistas Leonardo Correa e Marcelo Arazi.
Vale diminuiu investimentos
Os investimentos totais da Vale somaram US$ 1,25 bilhão no trimestre, queda de 11% em um ano, refletindo o fim de ciclos de expansão em projetos maduros.
Entre os destaques, a empresa citou o segundo forno de Onça Puma, que iniciou a fase de comissionamento e deve adicionar 15 mil toneladas anuais de níquel, elevando a capacidade nominal da unidade para 40 mil toneladas.
A mineradora também recebeu licença de operação para o projeto Serra Sul, que atingiu 80% de avanço físico e deve começar a operar no segundo semestre de 2026.
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Custos de Brumadinho e Samarco continuam em queda
Os custos e despesas operacionais, excluindo Brumadinho e a descaracterização de barragens, somaram US$ 7,229 bilhões, alta de 5% em um ano.
As despesas com Brumadinho e barragens caíram 76%, para US$ 30 milhões, enquanto as provisões relacionadas a Brumadinho somaram US$ 1,96 bilhão (-18%) e as de Samarco, US$ 2,4 bilhões (-49%).
Mercado vê balanço “sólido” da Vale, mas com cautela sobre China
Para o Citi, os resultados ficaram “em linha com as expectativas”, com lucro 11,9% acima da média das projeções do mercado e forte geração de caixa. O banco mantém recomendação de compra para as ações da Vale, com preço-alvo de US$ 14 — um potencial de alta de 17,7%.
A Ativa Investimentos também elogiou o desempenho, citando volumes maiores e prêmios mais altos, mas manteve recomendação neutra, citando o risco de desaceleração da demanda chinesa e excesso de oferta global de minério.
A Genial e o BTG Pactual avaliam que a empresa está próxima de um novo ciclo de dividendos robustos, sustentado por dívida controlada e margens em recuperação.









