Ventos fortes associados a um ciclone extratropical que atingiu São Paulo podem causar um prejuízo de até R$ 51,7 milhões em faturamento, segundo estimativa da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
O fenômeno resultou em falta de energia na capital e municípios da região metropolitana nesta última quarta-feira (10). Estima-se que 1,5 milhão de pessoas ficaram sem fornecimento de energia.
Para Ulisses Ruiz de Gamboa, economista da ACSP, ainda é difícil mensurar o impacto total, porque os efeitos do ciclone foram diferentes entre os bairros da capital e parte das áreas afetadas ainda não teve o restabelecimento completo da energia.
- Está com dúvidas sobre suas finanças? Fale agora com a Clara, a assistente virtual do Monitor do Mercado. Iniciar conversa
Ele explica que o principal efeito econômico ocorre na queda das compras imediatas — aquelas realizadas no momento da necessidade — e das aquisições por impulso. Ambas dependem da circulação de consumidores, que diminui quando há interrupção do fornecimento de energia.
Já Rodrigo Simões, economista e professor da Faculdade do Comércio de São Paulo (FAC-SP), projeta que os prejuízos ao comércio e aos serviços paulistanos possam alcançar aproximadamente R$ 700 milhões apenas nos 2 primeiros dias, com base em eventos anteriores.
“Trata-se de um evento que compromete a logística urbana, afeta o transporte público, desorganiza rotas de entrega de mercadorias, reduz o fluxo de consumidores e prejudica o funcionamento de toda a rede de interligação econômica da cidade”, completa.
Ciclone cancela voos em São Paulo
O Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informaram, nesta quinta-feira (11), que estão monitorando o atendimento aos passageiros após os atrasos e cancelamentos provocados pelo ciclone. Somente em São Paulo (Congonhas e Guarulhos), foram mais de 340 voos cancelados.
Para acelerar a normalização da malha aérea — o conjunto de rotas operadas pelas companhias — os órgãos autorizaram ajustes operacionais. Entre eles, está a ampliação excepcional do horário de funcionamento do Aeroporto de Congonhas.
A recomendação é que o passageiro busque diretamente a companhia aérea para solicitar as assistências previstas nas normas da agência. Caso a solução não ocorra, é possível registrar reclamação na plataforma Consumidor.gov.br, usada para mediar conflitos de consumo.
Direitos em atrasos e cancelamentos
A Anac determina que, em atrasos, cancelamentos ou interrupções de voos, o passageiro tem direito à assistência material gratuita conforme o tempo de espera:
- A partir de 1 hora: acesso a meios de comunicação.
- A partir de 2 horas: alimentação.
- A partir de 4 horas: hospedagem e transporte, quando necessário.
Para atrasos superiores a quatro horas, cancelamentos ou interrupções, as empresas devem oferecer reacomodação, reembolso integral ou execução do serviço por outra modalidade de transporte.
- A informação que os grandes investidores usam – no seu WhatsApp! Entre agora e receba análises, notícias e recomendações.
A reacomodação deve ocorrer na primeira oportunidade disponível, sem custo adicional, em voo da própria empresa ou de outra companhia. O passageiro pode, ainda, escolher outro voo da mesma empresa, em data e horário de sua preferência, também sem cobrança extra.

