Depois de suas ações derreterem desde que entrou na Bolsa, em 2021, a GetNinjas (NINJ3), marketplace de serviços domésticos, não vê mais margem para grande crescimento e quer distribuir o dinheiro que tem em caixa aos seus acionistas, para reduzir seu capital.
A redução ofertada pela empresa é de R$ 223 milhões, isso significa R$ 4,40 por ação. Quem comprou os ativos no momento do IPO (Oferta Pública Inicial), em maio de 2021, pagou R$ 20, ou seja, vai continuar com menos da metade do que botou na empresa, somando o preço atual da ação (R$ 4,60) e o valor a ser pago (R$ 4,40).
No IPO, foram captados R$ 482 milhões, sendo que R$ 321 milhões foram para o caixa da empresa. A ideia era que o dinheiro fosse usado para alavancar o crescimento da companhia.
Em fato relevante, a empresa disse que a distribuição do caixa aos acionistas será discutida em assembleia geral extraordinária, que ocorrerá no dia 23 de outubro e, além disso, estando sujeita à aprovação dos acionistas.
Atualmente, os administradores da empresa possuem apenas 18,05% dos ativos, o restante está distribuído no mercado.
Após ser criticado sobre a reputação que a empresa deixaria ao mercado, Eduardo L’Hotellier, CEO e fundador da GetNinjas, disse ao Brazil Journal: “Seria [pior] se a gente usasse esse caixa de maneira que não contribua a todos os acionistas, como já vimos vários casos no mercado, com os sócios usando recursos da companhia para benefício próprio.”
Em maio deste ano a empresa fez uma demissão em massa, reduzindo seu quadro em 20%.
Entre mortos e feridos, quem saiu bem foram os investidores que compraram os papéis há três meses, na ocasião NINJ3 valia R$ 2, logo, vão receber mais de 100% do que gastaram.
Investidores enxergam na movimentação recente uma indicação de que a empresa pretende fechar seu capital e, consequentemente, sair da Bolsa de Valores.
Resultados
No último balanço divulgado pela GetNinjas, no segundo trimestre deste ano, a plataforma digital teve lucro líquido de R$ 1,5 milhão, revertendo o prejuízo de R$ 8,8 milhões de um ano antes.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado ficou negativo em R$ 5,3 milhões, ainda assim veio 55% acima do reportado no primeiro trimestre deste ano.
A receita líquida foi de R$ 15,9 milhões, 19% superior ao mesmo período de 2022.
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