O mercado financeiro brasileiro enfrentou turbulências nesta quinta-feira (21), com o dólar à vista encerrando o dia em alta de 1,13%, atingindo a marca de R$ 4,9352.
O movimento ascendente da moeda americana se aproximou de seu pico diário, de R$ 4,9362, registrado no final do pregão. Essa tendência de valorização do dólar se deu em meio a um contexto global de fortalecimento da moeda dos Estados Unidos, bem como ao aumento das taxas longas dos Treasuries, em resposta à decisão recente do Federal Reserve.
Fed deixa porta aberta para aumento de juros
O Federal Reserve, banco central dos EUA, optou por manter a taxa básica de juros em seu intervalo entre 5,25% e 5,50%. No entanto, deixou claro que está disposto a considerar aumentos de juros adicionais e a manter uma política monetária restritiva por um período prolongado, o que impactou os mercados internacionais.
Real sofre perdas em contexto de aversão ao risco
Nesse cenário de ajuste global de portfólios devido ao aumento da aversão ao risco, o real brasileiro sofreu as maiores perdas entre as principais moedas emergentes e aquelas de países exportadores de commodities. Isso ocorreu porque os investidores preferiram reduzir suas posições em real, uma vez que a moeda brasileira é mais líquida e oferece opções de saída com custos menores.
Moedas latino-americanas mantêm ganhos em 2023
Apesar do desempenho negativo de hoje, o real e outras moedas latino-americanas de países com altas taxas de juros, conhecidas como “moedas de carrego”, continuam liderando os ganhos em relação ao dólar em 2023. Destacam-se as valorizações do peso colombiano e chileno, ambas registrando aumentos de dois dígitos.
Taxa Selic e atratividade do real para investidores
No âmbito doméstico, analistas destacam que a decisão do Banco Central brasileiro, anunciada na noite anterior, de reduzir a taxa Selic em 0,50 ponto percentual para 12,75% ao ano e sinalizar possíveis reduções adicionais nos próximos meses, não diminui a atratividade do real para investidores estrangeiros. Mesmo com a diminuição da diferença entre as taxas de juros internas e externas, o Brasil ainda oferece taxas reais elevadas em comparação com outros mercados.
Imagem: Piqsels