A manhã desta quinta-feira (21), traz um cenário de pressão de compra por dólares no mercado internacional, influenciada pela postura mais hawkish do Federal Reserve e de outros bancos centrais ao redor do mundo. Esse movimento pode ser um fator determinante para a abertura dos negócios no Brasil, com possibilidade de alta no câmbio. Enquanto o Banco Central brasileiro mantém a sinalização de um novo corte de 0,50 ponto percentual na taxa Selic em sua próxima reunião, o Fed sinaliza um aumento de juros para novembro.
O Comitê de Política Monetária (Copom) deve divulgar hoje seu comunicado, mas a expectativa é de que tenha impacto marginal nos ativos, dadas as indicações mistas no texto. No entanto, vale ressaltar a nota do Ministério da Fazenda, que demonstrou receptividade positiva em relação ao possível corte, o que parece indicar uma melhora nas relações entre governo e Banco Central, que já foram tensas. No momento, as moedas de países emergentes apresentam desempenho inferior, com outros bancos centrais apontando para possíveis altas.
Nesta manhã, o Banco da Inglaterra (BoE) decidiu manter sua taxa básica de juros em 5,25%. Segundo a ata do BoE, cinco de seus diretores votaram pela manutenção da taxa, enquanto quatro defenderam um aumento de 25 pontos-base. A decisão foi considerada “finamente equilibrada”. O BoE destaca a necessidade de manter uma política monetária restritiva por um período prolongado para que a inflação do Reino Unido retorne à meta oficial de 2%. A libra esterlina desvalorizou em relação ao dólar após o anúncio.
Também hoje, o Banco Central da Turquia aumentou sua taxa de juros de 25% para 30%, justificando a medida como necessária para conter a inflação o mais rápido possível. Como resultado, a lira turca teve uma queda acentuada em relação ao dólar e permanece em território negativo.
Em um cenário global onde vários bancos centrais sinalizam a adoção de políticas monetárias mais rígidas, os preços do petróleo registram uma moderada queda nos mercados futuros de Londres e Nova York. Às 8h44, o Dollar Index (DXY) estava em alta de 0,42%, atingindo 105,56 pontos. Em relação a moedas de países emergentes e de nações exportadoras de commodities, o dólar estava em alta em relação ao dólar australiano (+0,70%), ao peso chileno (+0,57%) e à lira turca (+0,51%).
Imagem: Piqsels