A gigante do Ibovespa, Petrobras, divulgou nesta sexta-feira (8) que não pagará mais dividendos extraordinários. O anúncio gerou uma fuga de suas ações e, em efeito cascata, derrubou os papéis de todas as estatais da Bolsa.
Existem dois tipos de dividendos: os normais, que são referentes aos resultados do trimestre anterior, e os extraordinários, que teoricamente seriam pagos aos acionistas quando a empresa tivesse um aumento de caixa de forma “extraordinária”.
O que vinha acontecendo com a Petrobras é que os dividendos “extraordinários” já eram tidos como certos pelos investidores — e já estavam precificados para as avaliações das instituições financeiras. Veja a reação do mercado ao balanço da Petrobras.
Com o anúncio do fim desses pagamentos, o mercado começa a enxergar um risco político, tanto na petroleira quanto nas estatais. O fato de o governo de Lula ter influenciado a política de dividendos da petroleira trouxe o medo é de que isso gere um efeito dominó nas outras estatais.
Enquanto as ações da Petrobras despencam mais de 11%, às 11h40, as ações do Banco do Brasil (BBAS3) caem 2,38% e as da Caixa Seguridade (#CXSE3) têm baixa de 3,48% — ambas na contramão do setor bancário, que hoje sobe.
Balanço da Petrobras
Olucro líquido da Petrobras em 2023 atingiu R$ 124,6 bilhões,o segundo melhor resultado de sua história, conforme divulgado pela estatal na noite desta quinta-feira (08).
Apesar disso, o valor representa uma queda de 33,8% em relação ao ano anterior, principalmente devido à redução no preço internacional do petróleo, ficando abaixo do esperado pelo mercado (chamado consenso).
