A Vale divulgou ontem (17) o relatório de venda e produção do primeiro trimestre deste ano, com alta de 6% na produção de minério de ferro na comparação com o mesmo período de 2023, chegando a 70,8 milhões de toneladas, influenciado pelo melhor desempenho operacional no S11D, à continuidade das iniciativas de confiabilidade dos ativos e ao aumento das compras de terceiros.
Segundo o relatório, na comparação com o trimestre anterior, a produção de minério retraiu 20,8%.
O mercado reagiu positivamente. Às 11h, as ações da Vale (VALE3) sobem R$ 2,54%, cotadas a R$ 63.
Vendas
As vendas de minério de ferro subiram 14,7%, na comparação anual, totalizando 63,8 milhões de toneladas.
Para a Vale, o trimestre foi marcado por “vendas robustas de minério de ferro”, impulsionado pela melhoria consistente nas operações da commodity.
As vendas de finos atingiram 52,546 milhões de toneladas, aumento de 14,6% ante igual período do ano passado e retração de 32,5% na comparação sequencial.
Já as vendas de pelotas aumentaram 13,4% na comparação anual e diminuíram 10,3% no intervalo trimestral, para 9,225 milhões de toneladas, enquanto a produção de pelotas foi de 8,467 milhões de toneladas, aumento de 1,8%.
Genial Investimentos
A Genial Investimentos disse que os resultados foram bons, demonstrando aumento na grande maioria do mix de produtos. A grande surpresa ficou com o preço realizado de pelotas, enquanto a grande decepção vem do preço realizado do fino de minério de ferro.
“Com grandes incertezas sobre o macro que envolve diretamente a precificação da companhia, ou seja, China e curva do minério de ferro, acreditamos que muitas dúvidas devem surgir quanto ao preço realizado do fino de minério de ferro daqui para frente. Que a desconfiança em demanda chinesa por minério existe, todos já sabem, porém, presenciar a Vale, mais uma vez, registrando um prêmio negativo, desta vez de US$ 1,6/t, ampliando o deságio, é mais banho de água fria para o investidor”, explicou a corretora, que manteve recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 72,30.
Por fim, a análise ressaltou que a companhia é negociada a 4,1x EV/EBITDA 2024, o que parece descontado ao considerar que a corretora está usando premissas propositalmente pessimistas para deliberadamente forçar a geração de fluxo de caixa para baixo. Apesar das incertezas ligadas a China, acordo de Mariana (MG) e ferrovias (EFVM e EFC), bem como a pressão do governo em meios a tentativas de intervenções políticas na gerência da Companhia (suspenção das licenças de Onça Puma e Sossego), a Genial mantém a confiança no desempenho operacional.
XP Investimentos
Para a XP Investimentos, o desempenho operacional foi melhor do que o esperado, com embarques sólidos de minério de ferro (em meio a um trimestre sazonalmente mais fraco) implicando upside em relação às estimativas.
Guide Investimentos
A Guide Investimentos destacou que a melhora nas vendas já era esperada em função do aumento das exportações do Brasil já divulgados pela Secex, e em linha com o guidance da empresa. “Os preços mais baixos refletem preços menores no mercado internacional. Vale destacar que o preço dos metais vem apresentando alta nas últimas semanas, o que deve impactar positivamente os resultados do segundo trimestre de 2024”.
BTG Pactual
O BTG Pactual disse que os resultados foram “bastante satisfatórios”, mas prevê que as provisões da companhia devem aumentar em relação ao nivel atual, e que não deverá ter pagamento de dividendos extraordinários (yields abaixo de 10%) no segundo semestre deste ano. “Mesmo após a correção nas ações (atingindo mínimos plurianuais), ainda é difícil ver métricas de avaliação atraente (4,2x EBTDA 2024 e FCFE abaixo de 10%), com a Vale sendo negociada com “apenas” um desconto de 15-20% em relação aos pares australianos”, explicou a corretora, que manteve recomendação neutra para a companhia, com preço-alvo de US$ 16/ação.
Com informações da Agência CMA