O dólar fechou em alta de 0,12%, cotado a R$ 5,25. A moeda refletiu, ao longo da sessão, as incertezas que permeiam o cenário global, em especial os próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) na condução da política monetária.
Declarações contundentes de dirigentes do Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos, elevaram as taxas dos Treasuries, prejudicando as moedas emergentes.
No Brasil, os ruídos políticos e a preocupação com a sustentabilidade do novo arcabouço fiscal continuam incentivando a busca por proteção cambial.
Movimentação do dólar
Apesar de uma queda inicial nos primeiros negócios, quando chegou a atingir a mínima de R$ 5,2293, o dólar trabalhou em alta durante a sessão. Alcançou sua máxima em R$ 5,2784 no início da tarde e encerrou o pregão a R$ 5,2502, registrando um avanço de 0,12%.
Na semana, o dólar acumula uma valorização de 2,52%, elevando o ganho total em abril para 4,68%.
Impacto global
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar em relação a uma cesta de seis moedas fortes, teve um leve aumento, ultrapassando novamente os 106,100 pontos. Entre as moedas emergentes, o peso mexicano e o colombiano foram os mais afetados, enquanto o peso chileno teve um ganho superior a 1%, impulsionado pelo aumento do preço do cobre.
Perspectivas de juros
Especialistas observam que o mercado está se ajustando à perspectiva de taxas de juros mais altas nos Estados Unidos por um período prolongado. Em entrevista ao Estadão, o economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni, destacou que as moedas emergentes tendem a sofrer mais com esse cenário, levando à busca por estratégias de hedge.
Pronunciamentos do Federal Reserve
As atenções se voltaram para as declarações de dirigentes do Fed. John Willians, presidente do Fed de Nova York, afirmou pela manhã que não há urgência em cortar os juros, enquanto Raphael Bostic, presidente do Fed de Atlanta, indicou um possível adiamento dos cortes para o final do ano — ou descarte.
Cenário nacional
No Brasil, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participaram do G20 Brasil em Washington. Campos Neto destacou que o fortalecimento do dólar global pode exigir reações de banqueiros centrais, mas afirmou que o Brasil está em uma posição favorável devido aos seus fundamentos externos sólidos.
Com informações da Agência CMA