Os analistas acreditam que o Banco Central Europeu (BCE) deverá subir as taxas em 0,50 pp na reunião do Conselho do banco, que acontecerá nesta quinta-feira (4). Analistas acreditam que a inflação, mesmo que em queda (o índice de preços ao consumidor, divulgado hoje, foi de 7% em base anual), ainda está bem acima da meta do banco.
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“Dado que a inflação permanece rígida e bem acima da meta, isso aumenta a possibilidade de recebermos uma surpresa dura do BCE na quinta-feira, especialmente se a reunião do Fed no dia anterior não for muito dovish. Isso pode ocorrer na forma de uma alta de 50 pp ou de 25 pp, além de algum comentário hawkish sobre isso por exemplo, indícios de vários aumentos adicionais nas taxas”, diz Fawad Razaqzada, analista de mercado da CityIndex.
“Embora não seja um acordo fechado, acreditamos que o BCE provavelmente aumentará sua taxa de depósito em 50 pp na próxima semana. A atividade econômica tem se mostrado mais resiliente e o núcleo da inflação mais alto do que o BCE antecipava até agora neste ano, e a turbulência do setor bancário parece ter passado sem muito impacto nas condições de crédito”, diz Andrew Kenningham, economista-chefe para a Europa da Capital Economics.
O mercado acredita que a decisão do Fed, um dia antes da reunião do BCE, poderá influenciar na conclusão dos membros do Conselho do banco europeu.
“A partir daí, a subida nas taxas implica que a pressão sobre o BCE para reverter esses aumentos aumentará quase imediatamente, provavelmente devido às expectativas de corte da taxa do Federal Reserve. É aqui que reside a maior diferença com a nossa própria visão. O fim do ciclo de alta do Fed certamente diminui a pressão sobre o BCE para continuar subindo após o verão, mas o núcleo da inflação não permitirá cortes até pelo menos o segundo semestre de 2024”, afirmam os analistas do ING.
Mas há analistas que acreditam que a subida possa ser menor, de 0,25 pp. “Ainda não há indícios de que o crescimento dos salários já atingiu o pico, especialmente porque o desemprego permaneceu em mínimos históricos. Dada a relativa resiliência da economia, a questão é, portanto, se o recente aperto das condições de crédito será suficiente para conter a inflação. Mas dado o maior aperto do crédito, nosso cenário base é de ter três etapas menores de 25 pp antes do BCE atinge sua taxa terminal”, diz Elwin de Groot, chefe de estratégia macro do Rabobank.
O BCE vem subindo suas taxas de juros a 0,50 pp nas últimas reuniões, e afirmou que está preparado para manter sua política de aumento para trazer a inflação para a meta de 2% no médio prazo.
O Conselho do BCE informou, na ata da última reunião, em 16 de março, que está reavaliando o efeito do aperto nas condições de financiamento sobre a inflação e está pronto para fornecer suporte de liquidez se necessário. Eles concordam em geral que banco central deveria abster-se de comunicar “expectativas incondicionais” quanto à trajetória futura das taxas de juros.
Vanessa Zampronho / Agência CMA
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