O Ibovespa, o dólar e as taxas de juros operam em alta no mercado financeiro brasileiro nesta segunda-feira. A espera da entrega do arcabouço fiscal, a informação de que o governo teria uma lista com dez itens que ficariam fora do teto de gastos e elevação nos juros americanos cogitada pelo Federal Reserve (o banco central norte-americano) chegaram a derrubar a bolsa, que agora opera em leve alta, praticamente na estabilidade.
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A Bolsa tem sessão volátil em meio à valorização da Vale (VALE 3) e Petrobras (PETR3 e PETR4) e à espera da entrega do arcabouço fiscal. Os dados econômicos positivos da China ajudaram as commodities, que têm peso importante no Ibovespa. Mais cedo, a informação de que o governo teria uma lista com dez itens que ficariam fora do teto de gastos chegou a provocar a queda do Ibovespa. A questão fiscal fica no radar do investidor.
O Produto Interno Bruto (PIB) do país asiático cresceu 4,5% no 1T23 ante o 1T22, ficando acima das expectativas e as vendas no varejo também vieram melhores-subiram 10,6% em março em base anual.
O dólar virou e passou a subir. Por mais que o Produto Interno Bruto (PIB) da China tenha surpreendido positivamente, o mercado opera cauteloso com a entrega do texto do arcabouço fiscal para o Congresso, que está prevista para hoje. Para o economista da BlueLine Flávio Serrano, “o dia começou alinhado ao movimento externo, mas existe um pouco de apreensão com o novo arcabouço que será apresentado ao Congresso. Existe o temor que haja concessões de gastos”.
As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) sobem, puxadas especialmente pela fala recente do presidente do Federal Reserve (banco central norte-americano) de St. Louis, James Bullard, que disse que Fed deve continuar elevando as taxas de juros com base em dados recentes que mostram inflação nos Estados Unidos ainda persistente, enquanto a economia em geral parece pronta para continuar crescendo, mesmo que lentamente.
“A virada aconteceu, a meu ver, pelas palavras do Bullard do Fed”, diz o estrategista-chefe do Banco Mizuho no Brasil, Luciano Rostagno. “Ele falou que pode elevar as taxas de juros para além dos 5,25%. Segundo as declarações dele, o cenário de inflação ainda está muito desafiador e ele apoia mais uma alta de juros, inclusive deixando a porta aberta para mais altas: ele falou de algo entre 5,5 e 5,75%.” Segundo Rostagno, isso fez a taxa dos treasuries norte-americanos subirem, pressionando principalmente as taxas DI.
Camila Brunelli / Agência CMA
Imagem: unsplash.com
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