Após ser acusado de racismo e criticado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o Carrefour no Brasil mudou seu protocolo de segurança. A rede não terá mais os chamados “fiscais de prevenção” seguindo clientes considerados suspeitos dentro das lojas.
Segundo o jornal O Globo, a decisão foi tomada depois de dois novos casos em que o Carrefour foi acusado de racismo, um em São Paulo e outro em Curitiba. Em ambos os casos, clientes negros foram seguidos pelos fiscais de prevenção nas lojas, o que gerou indignação e protestos nas redes sociais.
A partir de agora, esses funcionários ficarão à disposição dos clientes em pontos fixos e pré-determinados, como na frente do caixa ou em uma sala com circuito fechado de televisão.
O Carrefour tem enfrentado diversas críticas e boicotes por conta de sua política de segurança nas lojas. Em novembro de 2020, um homem negro foi espancado e morto por seguranças em uma unidade da rede em Porto Alegre.
O caso gerou protestos em todo o país e levou a empresa a anunciar medidas para combater o racismo em suas lojas.
Após o crime, o grupo francês anunciou o aporte de R$ 25 milhões em um “fundo de combate ao racismo”. O Monitor do Mercado apurou que o valor equivale a menos do que foi pago a três diretores da rede só em 2020. Veja aqui a reportagem completa.
No último um ano, as ações do Carrefour no Brasil (CRFB3) caíram pela metade do preço. Elas saíram de quase R$ 24 para menos de R$ 12. O Ibovespa, principal indicador da Bolsa, caiu cerca de 10%.
Com isso, a rede de supermercado teve o pior desempenho na Bolsa em relação aos seus pares nos últimos 12 meses. Os papéis do Grupo Mateus (GMAT3) subiram 15%; os do Assaí (ASAI3), caíram 9%; enquanto os do Pão de Açúcar (PCAR3) tiveram uma queda de 38%.
Vale ressaltar que ao mesmo tempo em que a inflação aumenta os preços, a alta taxa de juros corroem o poder de compra dos consumidores, afetando os resultados dos varejistas.
Veja o gráfico abaixo: