Hoje (6), o dólar apresentou desvalorização em relação ao real e a outras moedas, refletindo um movimento global impulsionado pela queda dos rendimentos dos Treasuries americanos, que fez a moeda americana fechar em queda de 0,21%, cotado a R$ 4,94. Esse cenário renovou as expectativas dos investidores quanto ao início dos cortes de juros nos Estados Unidos ainda este ano.
Mercado de trabalho americano e declarações do presidente do Fed
Os números mais fracos do mercado de trabalho americano, com a criação de 140 mil postos de trabalho em fevereiro, abaixo das expectativas de 150 mil, aliados às declarações do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, contribuíram para a queda do dólar. Powell destacou que os juros devem atingir o pico deste ciclo e há possibilidade de cortes este ano, dependendo da evolução econômica.
Inclinação do Fed para cortar juros
Analistas do banco holandês ING interpretam que Powell está inclinado a cortar os juros para um nível mais neutro, porém, o Fed ainda não está em posição de fazê-lo. A inflação nos EUA acima da meta e as surpresas positivas nos dados de atividade econômica limitam a margem de manobra.
Benefícios para o real e o mercado brasileiro
O real foi beneficiado pela queda do dólar, especialmente com a alta de cerca de 1% nos preços do petróleo no mercado internacional. Isso ocorreu devido ao enfraquecimento global do dólar e à redução dos estoques de derivados nos Estados Unidos. A moeda americana variou entre R$ 4,9331 e R$ 4,9467. O contrato futuro de dólar movimentou cerca de US$ 11 bilhões.
Superávit comercial em fevereiro
Dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) indicam um superávit comercial de US$ 5,447 bilhões em fevereiro. Esse valor ficou um pouco abaixo da mediana da pesquisa Projeções Broadcast, de US$ 5,650 bilhões.