O Banco Central (BC) lança, nesta quarta-feira (4), o Pix Automático, nova modalidade do sistema de pagamentos instantâneos que permitirá a realização de pagamentos recorrentes com débito direto em conta, como contas de energia, água, mensalidades escolares e assinaturas digitais, sem a necessidade de repetir a operação a cada vencimento.
A funcionalidade estará disponível a partir de 16 de junho, embora algumas instituições financeiras já tenham se antecipado.
Durante o anúncio, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, comentou: “O Pix é o dinheiro que anda na velocidade do nosso tempo. O Pix Automático vai permitir que 60 milhões de pessoas que hoje não têm cartão de crédito tenham acesso a uma série de serviços e facilidades.”
Segundo ele, a nova funcionalidade também oferece mais controle financeiro ao consumidor: “Quem vai pagar terá maior controle das suas contas. O Pix Automático vai ampliar o bem-estar e a possibilidade de fazer negócios”.
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Além da presença de Galípolo, o evento de lançamento em São Paulo conta com a presença do diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução, Renato Gomes e do diretor de Regulação, Gilneu Vivan.
Como o Pix Automático vai funcionar
A nova modalidade funciona como uma alternativa ao débito automático tradicional. A diferença é que, no Pix Automático, o cliente precisa autorizar a cobrança apenas uma vez, e os pagamentos seguintes serão feitos automaticamente toda vez que o recebedor — normalmente uma empresa (pessoa jurídica) — emitir uma nova cobrança.
O cliente poderá definir regras específicas na autorização, como valor máximo por pagamento e a utilização ou não de linha de crédito.
A operação será realizada com a segurança da infraestrutura do próprio Pix, que inclui o Mecanismo Especial de Devolução (MED) — sistema que permite a devolução de valores cobrados indevidamente.
Caso uma cobrança seja feita fora das condições autorizadas, a instituição financeira será responsável pelo ressarcimento.
Diferença entre o Pix Automático e o Pix Agendado
O Pix Automático difere do Pix Agendado Recorrente, já disponível no mercado. No agendado, o pagador define e programa um valor fixo para ser repetido por um período determinado. Já no Pix Automático:
- O valor pode ser fixo ou variável
- Quem inicia a cobrança é o recebedor (empresa)
- O pagador só precisa aprovar a primeira autorização, e os débitos são realizados automaticamente a cada vencimento
Para utilizar o Pix Automático, é necessário ter uma chave Pix ativa e realizar a autorização diretamente no aplicativo da instituição financeira participante.
Segundo o BC, diversas instituições já estão preparadas para oferecer a nova funcionalidade, mesmo antes do início oficial da operação, o que deve acelerar a adesão no mercado.
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Redução de custos e mais acesso
A implementação do Pix Automático também traz mudanças estruturais no modelo de cobrança recorrente.
Atualmente, empresas que utilizam débito automático precisam firmar convênios individualizados com cada banco para oferecer o serviço aos seus clientes.
Com o Pix Automático, basta um contrato com a instituição recebedora, o que reduz a burocracia e baixa o custo operacional.
PIX deve aumentar compras no e-commerce
A fintech EBANX, especializada em pagamentos digitais, estima que o Pix Automático deverá movimentar ao menos US$ 30 bilhões no comércio eletrônico brasileiro nos próximos dois anos.
A empresa projeta ainda que, até 2027, essa modalidade representará 12% do volume financeiro total movimentado por todas as versões do Pix no e-commerce nacional.
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Crescimento do Pix no Brasil
O Pix continua sendo o meio de pagamento que mais cresce no Brasil. Em 2024, houve aumento de 52% no número de transações, segundo o Banco Central.
No quarto trimestre do ano passado, o Pix respondeu por 47% de todas as transações realizadas no país — sem considerar pagamentos em dinheiro vivo.
Em maio de 2025, o país já contabilizava mais de 854 milhões de chaves Pix ativas, sendo 95% delas associadas a pessoas físicas.