O Brasil enfrenta um gargalo preocupante na gestão de infraestrutura, com mais da metade (50,7%) das obras públicas no país paralisadas, segundo Dados do Tribunal de Contas da União (TCU). Das 22.621 obras em andamento, 11.469 estavam travadas até abril de 2025.
Um recorte recente mostra ainda que 22% das 5.505 obras iniciadas nos 12 meses que antecederam a divulgação (entre abril de 2024 e abril de 2025) já foram interrompidas, somando aproximadamente 1.200 projetos.
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Essas paralisações pesam no bolso do governo — e da população: R$ 15,9 bilhões já foram gastos com projetos paralisados no Brasil desde que o TCU começou a divulgar o Painel de Obras Paralisadas, em 2020. E estima-se que, para concluir o que ficou pela metade, sejam necessários mais R$ 35,7 bilhões.
Setores essenciais, como saúde e educação, são os mais afetados. Juntos, são responsáveis por 70% dessas paralisações, com um total de 8.053 obras sem previsão de entrega.
“A consequência direta disso é sentida pela população, que sofre com a falta de escolas, creches e postos de saúde, estruturas fundamentais para o dia a dia das pessoas e o desenvolvimento do país”, afirma o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Vital do Rêgo
Para Rubens Campos, CEO da Espaço Smart, empresa especializada em construção a seco — trabalha com processos padronizados e componentes industrializados —, os motivos para as interrupções das obras públicas vão desde falhas no planejamento inicial, que englobam orçamentos mal dimensionados e prazos de entrega irreais, até a contratação de empresas sem capacidade técnica ou operacional adequada.
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Ele afirma que o desafio do Brasil não se refere somente a investimentos maiores em infraestrutura, mas em investimentos melhor direcionados. E o modelo de construção permite maior transparência nos processos, contribuindo para uma gestão pública mais eficiente, com menor desperdício de recursos — e dinheiro.