O BTG Pactual divulgou nesta terça-feira (1) a atualização estratégica da sua Carteira Recomendada de Dividendos para outubro, após um período difícil para as recomendações da carteira de setembro.
Entre as mudanças, o banco adicionou as ações da Telefônica Brasil (VIVT3), JBS (JBSS3), CPFL (CPFE3), Equatorial (EQTL3) e da Direcional (DIRR3), enquanto as ações da Allos (ALOS3), Banco do Brasil (BBAS3), Cyrela (CIRE3), Fleury (FLRY3) e PetroReconcavo (RECV3) foram retiradas.
Também foram realizados ajustes na quantidade de ações do Itaú (-5%), Copel (-5%) e Gerdau (+5%).
As ações escolhidas para compor a carteira de dividendos do BTG em outubro são:
- Petrobras (PETR4)
- Itaú Unibanco (ITUB4)
- Vale (VALE3)
- Telefônica Brasil (VIVT3)
- Eletrobras (ELET3)
- JBS (JBSS3)
- BB Seguridade (BBSE3)
- CPFL (CPFE3)
- Gerdau (GGBR4)
- Equatorial (EQTL3)
- Copel (CPEL3)
- Porto Seguro (PSSA3)
- Direcional (DIRR3)
Desempenho da carteira de dividendos
No mês de setembro, a carteira de dividendos apresentou uma performance de -2,4%, contra -0,7% do índice de dividendos (IDIV) e -3,1% do índice Ibovespa (IBOV).
Desde o dia 8 de novembro de 2019, a carteira acumula uma rentabilidade de 66,2%, contra 54,5% do IDIV e 22,5% do IBOV.
Destaques de Itaú, Copel e Gerdau
O relatório do BTG Pactual destacou a decisão de realizar ajustes nas ações de Itaú (-5%), Copel (-5%) e Gerdau (+5%).
Em relação ao Itaú, o banco manteve como recomendação na carteira de dividendos, considerando que o Itaú desempenhou um bom trabalho ante as mudanças no setor varejista bancário, especialmente o de baixa renda; além de demonstrar capacidade de adaptação ao cenário de mudanças, o que pode contribuir para obter um ROE sustentável, que aumente a diferença em relação aos pares.
A Copel é um dos nomes integrados (no segmento de Distribuição, Transmissão, Geração e Comercialização de energia) mais baratos em no roll de cobertura do BTG e uma das principais teses no setor de serviços básicos.
As ações da empresa foram negociadas a uma TIR real de 10,7%, e agora que está privatizada, o banco prevê como fatores potenciais em geração de valor, a redução de custos para o segmento de Geração & Transmissão (G&T) e Distribuição; um elevado VPL somado mediante a renovação de suas 3 usinas hidrelétricas, além de menores custos de manutenção, com espaço para uma valorização adicional.
O BTG Pactual ainda considera diferencial o fato de a Copel oferecer uma sólida geração de caixa, que deve se transformar em maiores dividendos.
Em relação à Gerdau, o banco considera que a margem atingiu a mínima em termos de rentabilidade no Brasil, com margens EBITDA historicamente baixas de 8-9% (vs. níveis de meio de ciclo de 18-20%), apesar de manter resultados ainda em um nível elevado nos EUA, com spreads de metais saudáveis e uma perspectiva sólida para demanda.
O BTG tem a perspectiva de um downside muito limitado para as ações nos níveis atuais e uma evolução contínua e saudável de lucros no futuro, com as ações sendo negociadas abaixo de 4x o EBITDA, com yields de fluxo de caixa próximos de 10%.
Perspectivas para Telefônica, JBS, CPFL, Equatorial e Direcional
A Telefônica Brasil, maior operadora integrada de telecomunicações do país, se destaca por apresentar um bom desempenho após subir 50% em 2023, superando o desempenho do Ibovespa em 23%. A VIVT3 subiu ~4% no acumulado do ano, superando o índice geral em ~6%, estabelecendo um ambiente competitivo mais favorável, principalmente na área de telefonia móvel.
As margens em expansão gradual e menor intensidade de investimento em capital impulsionaram a geração de fluxo de caixa livre operacional e também influenciaram o forte desempenho da empresa.
A JBS se destaca por possuir um sólido histórico de resultados e uma forte performance operacional, entregando desde 2020 aos acionistas R$ 27 bilhões (mais de 60% de seu valor de mercado) em dividendos e recompra de ações, também influenciada pelo ciclo favorável da carne bovina nos EUA.
Considerando a diversificação da JBS com bom potencial de resultados, o banco prevê a companhia negociando com um yield de fluxo de caixa de 11% para 2024, com perspectiva atraente para o mercado.
Também em destaque na carteira de outubro, a CPFL tem apresentado sólido resultados operacionais, e atuado com menores perdas de energia e um controle melhor de custos.
Após a companhia revisar seu payout esperado para 2023 de 100% para 70%-80% (exVNR), visando finalizar o ano em 65%, o BTG fez uma projeção de dividend yield para CPFL em 9,5% para 2024 e 9,9% para 2025, considerando um payout de 75% para os próximos anos; com negociação a uma TIR real atraente de 10,9%, alinhando-se com pares como a Equatorial.
Em relação à Equatorial, há uma projeção de que as ações sejam negociadas a uma atraente TIR real de 11,0%, que salta para 11,6%, considerando a aquisição da Sabesp (com uma participação de 15% a R$ 67/ação).
Após a empresaa concluir na semana passada o aumento de capital privado, levantando R$ 2,4 bilhões (ou 96% do total ofertado), ao preço estabelecido de R$32,5/ação, implicando em uma TIR real de 11,6%, o banco considera que a Equatorial tem apresentado números consistentemente sólidos.
Outra empresa adicionada à carteira dedividendos de outubro, a Direcional é vista como destaque no segmento, por “evitar todos os desafios de custos enfrentados por outros players”, mantendo uma sólida distribuição de dividendos e baixa alavancagem, segundo o banco.
O BTG também considera o crescimento no setor de vendas, assim como o aumento das margens, com destaque para o programa MCMV, mantendo a recomendação de compra para a ação da Direcional em função de sua dinâmica positiva, tanto operacional quanto financeira.
Imagem: BTG – Divulgação