As ações da Azul (AZUL4) despencam 15,38% (R$ 1,21) após a companhia aérea reportar um prejuízo líquido ajustado de R$ 1,81 bilhão no primeiro trimestre de 2025, número 5,6 vezes maior que a perda registrada do mesmo período de 2024.
Importante ressaltar que o resultado ajustado considera efeitos não recorrentes, como impacto das variações cambiais. Sem esses ajustes, o lucro líquido contábil da empresa foi de R$ 1,6 bilhão, revertendo o prejuízo de R$ 1 bilhão registrado um ano antes.
Apesar de reverter o prejuízo do ano anterior, o aumento das perdas pesou sobre os papéis AZUL4, que às 12h (horário de Brasília) representavam a maior baixa do Ibovespa.
Receita da Azul cresce com forte demanda
A receita operacional líquida da Azul subiu 15,3% no comparativo anual, totalizando R$ 5,4 bilhões. O crescimento foi impulsionado por um ambiente de demanda aquecido, com destaque para:
- Aumento de 15,2% nas receitas com transporte de passageiros, somando R$ 5 bilhões
- Expansão nas receitas auxiliares e nos negócios “beyond the metal” (serviços além do transporte aéreo tradicional)
O tráfego de passageiros, medido pelo indicador RPK (passageiros por quilômetro voado), cresceu 19,4%, superando o aumento da capacidade. Com isso, a taxa de ocupação avançou para 81,5%, alta de 2,6 pontos percentuais na comparação anual.
A capacidade, medida por ASK (assentos-quilômetro oferecidos), cresceu 15,6%, puxada por uma expansão de 39,2% nas operações internacionais.
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Ao todo, a companhia transportou cerca de 8 milhões de passageiros no trimestre, avanço de 9,8% em relação ao ano anterior.
A receita unitária também permanece sólida — mesmo com o aumento da oferta de voos, a receita por assento-quilômetro (RASK) permaneceu robusta, atingindo R$ 0,4214 no período. Esse dado reflete a capacidade da Azul de manter os preços médios mesmo ampliando sua malha aérea.
Ebitda cresce, mas margem recua
O Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 1,38 bilhão, alta de 29,4% ante o primeiro trimestre de 2024.
No entanto, a margem Ebitda ajustada recuou 4,6 pontos percentuais, atingindo 25,7%. A queda na margem reflete a pressão de custos operacionais, principalmente a desvalorização de 18% do real frente ao dólar e a alta de 3% no preço do combustível de aviação.
Despesas sobem com operação maior e câmbio
As despesas operacionais da Azul totalizaram R$ 4,8 bilhões no primeiro trimestre, um aumento de 24,4% em relação ao mesmo período de 2024. Esse crescimento foi atribuído a:
- Expansão de 15,6% na capacidade total
- Efeitos da desvalorização cambial sobre custos dolarizados
- Alta do preço do combustível
Por outro lado, a empresa destacou ganhos de produtividade e medidas para conter custos como fatores de compensação parcial.
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Dívida da Azul sobe mais de 50%
Em 31 de março de 2025, a dívida líquida da Azul alcançou R$ 31,35 bilhões, representando um aumento de 50,3% frente ao mesmo período do ano anterior.
Com isso, o indicador de alavancagem financeira (dívida líquida sobre Ebitda ajustado) subiu para 5,2 vezes, contra 3,7 vezes no mesmo período de 2024 — um sinal de maior comprometimento financeiro da companhia.
Apesar do aumento do endividamento, a Azul registrou resultado financeiro líquido positivo de R$ 212,5 milhões no trimestre. No mesmo período de 2024, o resultado havia sido negativo em R$ 1,92 bilhão.
Esse desempenho financeiro positivo foi influenciado principalmente por efeitos contábeis ligados às variações cambiais e renegociações de dívidas.